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Em sondagem, iniciativa privada faz sugestões para o Trem Intercidades até Campinas

22.11.2021 | | Notícias do Mercado

Fonte: MetrôCPTM
Data: 18/11/2021

Durante reuniões em setembro foram discutidos aspectos financeiros e operacionais do projeto. Foi levantada a possibilidade da construção de novas estações além das já previstas em projeto

A concessão da Linha 7-Rubi e do Trem Intercidades tem atraído os olhares de grandes investidores. O governo do estado realizou em setembro reuniões de sondagem com diversas empresas, dentre elas operadoras privadas, construtoras e fabricantes de material rodante para colher contribuições que poderão servir de base para o edital definitivo da PPP do TIC.

Foram apontados cinco temas gerais de grande importância e que colocam o projeto na mesa de negociação. As principais manifestações tiveram ênfase na parte financeira do projeto, no tipo de material rodante que poderá ser adquirido, nas desapropriações, na convivência com a MRS Logística e nos sistemas de energia e telecomunicações.

As empresas que participaram das reuniões foram:

  • Acciona do Brasil Ltda.
  • Alstom Brasil Energia e Transporte Ltda.
  • Andrade Gutierrez S.A.
  • CCR Mobilidade S.A.
  • Comporte Participações S.A.
  • Consbem Construções e Comércio Ltda.
  • Engibras Engenharia S.A.
  • Hyundai-Rotem Brasil Indústria e Comércio de Trens Ltda.
  • Metroeng Engenharia Ltda, Addax Assessoria e Construtora, e Queiroz Galvão S.A.
  • MPE Engenharia e Serviçcos S.A.
  • MRS Logística S.A.
  • Pátria Investimentos Ltda.
  • Sacyr Concessões e Participações do Brasil Ltda.
  • Telar Engenharia e Comércio S.A.
  • Temoinsa do Brasil S.A.

Finanças

Sob o aspecto financeiro houve um aceno positivo quanto a nova forma de remuneração da concessionária. Ao contrário de todas as linhas metroferroviárias concedidas, a Linha 7 e o TIM deverão ter remuneração diferenciada denominada de “Pagamento Por Disponibilidade” (PPD). Este modelo leva em consideração fatores como o desempenho operacional e custos de operação, sendo um pagamento misto composto por um valor fixo e um valor variável.

As empresas também cobram garantias por parte do governo da cobertura do aporte público para o investimentos de implantação dos empreendimentos. Cabe lembrar que o governo aportará até 80% do valor das obras, sendo que o critério de seleção da futura concessionária será o de menor aporte público.

A integração entre os serviços da Linha 7-Rubi e TIM foram alvos de questionamentos, principalmente quanto a uma possível tarifação entre os dois serviços. Também foram sugeridos a aplicação de mecanismos de proteção dado a quantidade de investimentos necessários para a concretização do projeto.

Questionou-se também questões como os valores base previstos para o Opex (despesas de operação) estarem defasados. Tais valores são essenciais, pois é através destas previsões que as empresas interessadas no projeto podem elaborar seus planos de médio e longo prazo.

Há preocupação quanto à demanda prevista para o TIC uma vez que o serviço expresso não conta com mecanismos de proteção de demanda, que são aplicados quando a expectativa de passageiros é abaixo das previsões realizadas. A sugestão é da aplicação de tal mecanismo nos primeiros anos de concessão para que possa ser assegurado maior conforto ante a disputa contra o modal rodoviário.

Foi sugerida a aplicação de um mecanismo cambial que possa viabilizar o investimento através de moeda estrangeira. Considerando que o TIC é, sob o ponto de vista tecnológico, único no Brasil, haverá a necessidade de se realizar investimentos com tecnologia estrangeira, o que demandará por consequência o uso de outras moedas como o Euro ou o Dólar na realização das transações. Ante a instabilidade do Real, a proposta assegura maior conforto quanto aos investimentos por parte da concessionária.

Material Rodante

No que se refere ao material rodante, as empresas apontaram aspectos pertinentes como a possibilidade de haver a necessidade da compra de mais trens para o TIC do que os previstos originalmente. Segundo os documentos da PPP, estão previstas 15 novas composições para o serviço expresso entre São Paulo, Jundiaí e Campinas.

A possibilidade de trens double-deck (dois andares) pode apresentar limitações por conta do gabarito restritivo em alguns pontos. Destaca-se o túnel do Botujuru como o principal ponto que poderia limitar a implantação deste modelo de trem. Segundo o governo do estado, quaisquer alterações no túnel poderão ser realizadas desde que a concessionária arque com todos os investimentos decorrentes da ampliação do túnel.

Um modelo diferenciado de trem, ainda não citado nas minutas do edital, foi posto na mesa de discussão. A possibilidade da utilização de trens tipo push-pull segundo o governo não é vedada, o que pode significar a possível adoção de uma tecnologia distinta de trens para o TIC.