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São Paulo deve aproveitar ferrovias abandonadas em plano de expansão de R$ 194 bilhões e trocar largura (bitola) em trilhos – OUÇA ENTREVISTA

17.06.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: Diário do Transporte
Data: 15/06/2024

Antigas ferrovias de São Paulo, que há tempos estão abandonadas, devem ser aproveitadas no pacote chamado pelo governo estadual de “SP Nos Trilhos” que soma investimentos estimados em R$ 194 bilhões e mais de 1 mil km de malha férrea, contemplados em 40 projetos.

A rede deve contar com TICs (Trens Intercidades), trens metropolitanos, metrô, monotrilhos e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos).

Nesta sexta-feira, 14 de junho de 2024, o secretário de Parcerias em Investimentos do Governo de São Paulo, Rafael Benini, citou trajetos de antigas redes ferroviárias, como Mogiana, Noroeste, Ituana, Araraquense e Sorocabana para os planos de expansão da rede de transportes de passageiros.

De acordo com o secretário, um dos desafios será a troca de bitola, a largura nos trilhos. Isso porque, estas antigas redes tinham a largura de um metro entre as rodas dos trens e a rede atual da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que será o padrão destas novas concessões é de 1,6 metro, tecnicamente chamada de bitola larga.

Segundo Benini, um dos exemplos é TIC (Trem Intercidades) entre a capital paulista e Sorocaba, no interior, que deve ter o edital de concessão lançado em 2025. O trajeto vai aproveitar trechos das antigas ferrovias Sorocabana e Noroeste.

Veja um resumo das propostas, de acordo com o secretário:

Ferrovia Sorocabana: partes do traçado devem ser aproveitadas pelo TIC (Trem Intercidades) entre a capital paulista e Sorocaba, no interior. Também possibilitaria conexão de Bauru para Presidente Prudente, Presidente Venceslau. (Antiga Estrada de Ferro Sorocabana).

Ferrovia Noroeste: pode ter o traçado usado para prolongar a ligação de passageiros entre Sorocaba e Bauru, no interior de São Paulo. (Antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil).

Ferrovia Ituana (Ytuana): Pode ter trecho aproveitado para ligar Sorocaba a Campinas, no interior de São Paulo (antiga Companhia Ituana de Estradas de Ferro e Ramal de Campinas da E.F. Sorocabana).

Ferrovia Mogiana: Para prolongar o trecho de Campinas a Ribeirão Preto (Antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro).

Ferrovia Arararaquarense: Aproveitar trecho para a ligação Campinas para Araraquara (Antiga Estrada de Ferro Araraquara EFA).

Uma parte das ferrovias que estão inoperantes ou subaproveitadas no Estado de São Paulo é de responsabilidade União, ou seja, o Governo Federal detém a chama faixa de domínio.

Para que sejam aproveitadas, serão necessários acertos com o Governo Federal.

Como mostrou o Diário do Transporte, em 03 de junho de 2024, foi publicado o decreto instituindo o programa SP Nos Trilhos.

Em uma das partes deste decreto, o governador Tarcísio de Freitas autoriza a Secretaria de Parcerias em Investimentos a apoiar prefeituras por ondem passavam estas ferrovias nas negociações com o Governo Federal para que os trechos locais sejam delegados aos projetos de trilhos para trens regionais ou mesmo para a mobilidade urbana.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2024/06/03/tarcisio-formaliza-programa-sp-nos-trilhos-para-a-estruturacao-de-projetos-de-transporte-de-passageiros-e-cargas-no-estado/

Benini disse ainda que uma das ideias principais é recuperar a rede de trilhos já existente, o que aceleraria os projetos e diminuiria os custos.

“Primeira conversa com o governador ele ainda era ministro, foi sobre ferrovia. Então acho que é um assunto que fez a nossa ligação e um assunto que nós dois somos apaixonados a respeito. Hoje você tem aí quase dois mil quilômetros de ferrovias não utilizadas dentro do estado de São Paulo. E por que isso? Porque a maioria delas são de bitola métrica, a largura entre os trilhos é de um metro. Hoje as grandes concessões de ferrovias do Brasil preferem usar o que chamamos de bitola larga, que a diferença é de um metro e sessenta. Então qual é a nossa ideia, é recuperar esses trilhos para transporte de passageiro. No caso de Campinas vamos construir o trilho novo, dentro da faixa de domínio, mas no caso, por exemplo, do TIC Sorocaba, que queremos soltar o edital ano que vem, vamos utilizar os trilhos da antiga Sorocabana e da antiga Noroeste. Então temos a possibilidade de usar esses trilhos, lógico que a bitola da CPTM também é um metro e sessenta, então vamos rebitolar de um metro para um metro e sessenta, mas para fazer essa ligação e aproveitar o máximo possível dos trilhos existentes. E quando fazemos isso para Sorocaba, por que não podemos continuar até Bauru? Usar o trilho da antiga Ituana para ligar Sorocaba – Campinas, e daí pegar da Mogiana e ir até Ribeirão Preto, da Araraquense para chegar de Campinas para Araraquara, da Sorocabana para chegar aí de Bauru para Presidente Prudente, Presidente Venceslau. A ideia é justamente aproveitar que já temos uma malha ferroviária já construída, e aproveitar essa malha ferroviária para construir um transporte de passageiros que atenda a população. Acho que esse é o ponto principal. Mas fora isso, temos uma questão importante de outros projetos. O decreto do governador foi muito focado nessa possibilidade de construção disso, mas todos nossos projetos de expansão de metrô e trens estão dentro desse programa do SP Nos Trilhos.