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Metrô inaugura seu novo Centro de Controle de Manutenção

22.08.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Metrô CPTM
Data: 22/08/2022

Na última quinta-feira (18) o Metrô de São Paulo inaugurou o CCM, Centro de Controle da Manutenção, uma central que tem como principal objetivo realizar o monitoramento de cada componente essencial para o desenrolar da operação cotidiana.

Visão Geral

O projeto SMA (Sistema de Monitoramento de Ativos) tem como meta melhorar o desempenho e reduzir os custos de operação. A melhor assertividade das equipes de manutenção na realização de reparos e a possibilidade de prever quando um equipamento está se aproximando do ponto de falha são possibilidades reais com a implantação gradual do SMA.

O projeto teve origem há mais de 10 anos quando equipes do Metrô realizaram uma visita a um centro de excelência ferroviária em Madrid, na Espanha. Em 2018 foi criado o núcleo de trabalho para o monitoramento de ativos. Posteriormente a ideia ganharia maior relevância ao ser incluída no plano de negócios da companhia.

A ideia foi elaborada pelo Metrô como um projeto perene, ou seja, algo duradouro e que trará grandes resultados no longo prazo. Também há a possibilidade de exportar a tecnologia para outras empresas, uma vez que o Metrô também observa o novo sistema sob o aspecto comercial. Há a intenção de se requerer a patente para as novidades tecnológicas.

Sobre o SMA

O Sistema de Monitoramento de Ativos basicamente possui três pilares principais. São eles:

Modulo Data Logger (MDL) – Conjunto de Software e Hardware desenvolvido pela equipe do Metrô. Tem como principal função a busca pelas informações dos diversos equipamentos em campo.

Plataforma de Monitoramento de Ativos (PMA) – Conjuntos de softwares de monitoramento desenvolvidos pelo Metrô com base em programas de licença livre.

Centro de Controle da Manutenção (CCM) – A nova central inaugurada permite a centralização das informações em um único ponto. Lá os técnicos e demais responsáveis realizam o monitoramento e controle dos ativos. O CCM também conta com uma sala de reuniões.

Fases de Implantação

A implantação do SMA está dividido em três fases, sendo elas:

Fase 1 (dezembro/22) – Implantação da infraestrutura do SMA, sistema de rede e dados, implantação do CCM e do parque do servidores do SMA

Fase 2 (dezembro/23) – Aquisição de equipamentos em campo para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. O primeiro lote de MDLs já foi adquirido (400 equipamentos) e permitirá o monitoramento de máquinas de chave, portas de plataforma, escadas rolantes, ventilação, negativo à terra e monitoramento de via permanente.

Fase 3 (dezembro/25) – Implantação da inteligência artificial na manutenção. Aquisição de mais 400 MDLs e sensores

O orçamento total para o projeto SMA é estimado em R$ 32,8 milhões. Foram investidos até então R$ 7 milhões, sendo que a estimativa é de que sejam consumidos mais R$ 15 milhões para complementação da infraestrutura, R$ 4 milhões para a inteligência artificial e R$ 3 milhões para o segundo lote de MDL.

Funcionamento dos sistemas

No CCM é possível realizar o monitoramento de diversos sistemas. Durante a apresentação feita pelos funcionários do Metrô foi possível observar o funcionamento de determinados equipamentos e sistemas.

No posto de material rodante é realizado o monitoramento dos trens das linhas 1, 2 e 3. Os trens da linha 2-Verde possuem sistemas embarcados que permitem o monitoramento online das composições. Nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha as informações são coletadas diretamente dos trens quando são submetidos as manutenções nos pátios.

Dos dados coletados, 75% representam falhas no sistemas de portas dos trens. Através das informações obtidas o Metrô conseguiu reduzir em cerca de 36% as falhas nos equipamentos deste sistema.

Também foi possível monitorar problemas de menor incidência como falha nos truques do trem. Foram duas incidências que revelaram problemas nas engrenagens e que poderiam causar grande impacto na operação. Com o monitoramento foi possível detectar as avarias e realizar os procedimentos para sua correção.

Nas diversas bases espalhadas ao longo da rede metroviária existem IHMs que fornecem informações sobre os equipamentos. A iniciativa permite que o funcionário possa identificar o equipamento com defeito, o tipo do defeito e realizar a manutenção já direcionada ao problema. Espera-se que no futuro seja possível realizar a manutenção de forma remota.

No que se refere aos ativos da empresa, o Metrô pretende monitorar num primeiro momento 4.190 pontos. Ao todo serão 10 mil pontos a serem observados.

Um destes pontos é a máquina de chave X31 localizada na região de Itaquera. Um protótipo foi instalado e validado com sucesso. O equipamento poderá monitorar parâmetros como vibração, pressão, corrente, posição, força e até contar com videomonitoramento.

Nas subestações da Linha 1-Azul o recurso foi implantado no sistema de negativo à terra que realiza o monitoramento da tensão. Nas escadas rolantes o monitoramento é capaz de captar dados como vibração, temperatura, e indicação dos estados e alarmes.

Especificamente sobre as escadas rolantes, existem equipamentos de diversas gerações. Os modelos da Otis e Villares são mais antigos e possuem poucos exemplares em monitoramento. Os exemplares da Thyssen, mais novos, já possuem mais exemplares sob observação.

monitoramento dos fusíveis de sapata está sendo realizado na estação Pedro II. É possível obter dados a partir do histórico de horário, status do fusível ou erro de passagem. Para cada situação podem ser obtidos diversos diagnósticos.

As portas de plataforma também serão monitoradas remotamente. Os equipamentos de proteção deverão ser avaliados quanto ao consumo de corrente do motor, temperatura dos equipamentos, força e tempo de abertura. Destacou-se a possibilidade da redução de Homem/Hora na manutenção, uma vez que menos dados deverão ser requeridos em campo.

Inteligência Artificial na Manutenção

Um dos últimos passos na implantação do SMA será a adoção da inteligência artificial no monitoramento dos equipamentos através do MDL. Atualmente existe um protótipo instalado no sistema de ventilação das estações Vila Mariana e Chácara Klabin.

A IA deverá realizar a análise das informações de forma contínua e repassar o status geral do equipamento. O MDL saberá interpretar os parâmetros existentes e, quando houver anormalidade em determinados status, deverá indicar ao CCM.Sob o aspecto da manutenção, este é um passo bastante concreto para modelos de gerenciamento de equipamentos baseados na manutenção preditiva. A grande vantagem é que se pode evitar a manutenção corretiva dos equipamentos, já que o monitoramento consegue “prever” o ponto de falha dos itens. As manutenções preventivas também podem ter a sua dinâmica alterada, gerando economia de recursos.

Teste de manutenção remota de equipamento

Durante a inauguração do CCM o presidente do Metrô, Silvani Pereira, realizou de forma remota e através de tablet o restabelecimento de uma escada rolante na estação Oratório da Linha 15-Prata.

Técnicos do Metrô simularam uma falha em campo que foi constatada pelo SMA. Após o procedimento de reset do equipamento, Silvani foi convidado a realizar o religamento da escada rolante. Através de uma operação simples e com poucos passos a escada rolante estava novamente operando, sem a intervenção de qualquer funcionário na estação.

O sistema pode também realizar o monitoramento da estação e dos ativos através das câmeras de segurança e também emitir avisos sonoros. A vantagem é que em determinadas situações o funcionário da manutenção poderá realizar intervenções fora das bases de trabalho onde estão posicionadas as IHMs.

Considerações finais

Silvani destacou ao final das apresentações que a chegada da tecnologia 5G poderá ampliar ainda mais o monitoramento dos ativos que poderão incluir dados de vídeo dos equipamentos.

O Sistema de Monitoramento de Via Permanente também deverá ser adicionado ao sistema de monitoramento de ativos. Parte dos 44 novos trens a serem adquiridos deverão ser equipados com este sistema.

O Metrô também visa a criação de um núcleo de inovação no pólo tecnológico de São José dos Campos onde será possível obter e ter contato direto com as inovações do mercado de inovação, trazendo ainda mais benefícios para o Metrô.

Em linhas gerais, o SMA representa um avanço significativo para a manutenção do sistema metroviário. No longo prazo, quanto todas as metas do plano de implantação forem concluídas, o Metrô poderá desfrutar de uma estrutura ímpar no sistema metroferroviário nacional e possivelmente será uma das poucas empresas de transporte no mundo a contar com um sistema com tamanha robustez.