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Presidente da Cosan diz que crise demandou revisão de contratos

28.04.2020 | | Notícias do Mercado

Segundo Luis Henrique Guimarães, Raízen Combustíveis negociou mudanças com clientes e fornecedores

 

O presidente da Cosan, Luis Henrique Guimarães, disse hoje na live do Valor que a Raízen Combustíveis, joint venture do grupo com a Shell, conseguiu chegar a acordos de revisão de contratos privados tanto com clientes como com fornecedores, diante das fortes reduções de vendas decorrentes da crise.

A Raízen foi uma das primeiras empresas a citar o termo “força maior” em contatos com fornecedores de etanol para tentar negociar volumes de produtos contratados previamente.

“No nosso caso, chegamos tanto na ponta de clientes como de fornecedores, em todos os casos a situações que a gente julga que são aceitáveis para ambos os lados. Estamos com todos os nossos contratos ajustados e seguindo em operação”, afirmou.

 

“Teve uma parada brusca e precisava ter uma grande conversa, discussão sobre como se daria esse rearranjo, com problemas de armazenagem em vários lugares e início de safra [de etanol] vindo”, disse.

 

“Tanto nas discussões de distribuidoras com a Petrobras como com as produtoras de etanol e de produção de biodiesel, tem uma coisa que temos que estar aprendendo que é responsabilidade, solidariedade e transparência. Não são conversas simples, mas acho que teve bom senso em todos os elos da cadeia para tentar achar uma solução”, afirmou.

Ele relatou que as vendas de combustíveis do cilo Otto chegaram a cair 50% ante os níveis pré-crise, mas que agora subiram um pouco com o relaxamento de medidas de isolamento em alguns lugares, embora essa variação mude muito de acordo com a região, com quedas maiores nos grandes centros.

O consumo de diesel, por sua vez, foi menos afetado, com reduções entre 20% e 25%.

Guimarães disse ainda que a Raízen Energia vai maximizar sua produção de açúcar nesta safra 2020/21.

“Vai ser uma safra max açúcar, dados os preços do açúcar e os baixos preços do etanol”, disse. Porém, ele ressaltou que a companhia já iniciou a safra com um grau de precificação antecipada de açúcar e etanol bem avançados. Do açúcar, mais de 80% já está com preços hedgeados “a valores pré-crise”, e do etanol, entre 50% e 55% também está hedgeado.

“A safra vem bem do ponto de vista de produtividade”, disse o executivo. Em algumas usinas, a operação começou em 1 de abril, em outras, um pouco mais tarde.

Segundo Guimarães, na Raízen Energia, o maior desafio “é manter as operações”, garantindo protocolos rígidos de transporte, de alimentação e convivência.

 

Fonte: Valor

Data: 27/04/2020