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ABIFER NA MÍDIA – Artigo – Commodities e carga geral por nossos ferrovias

10.01.2022 | | Notícias do Mercado

Por Vicente Abate, presidente da ABIFER.

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores globais de commodities agrícolas e minerais. Possui uma produtividade invejável e trabalha com eficiência energética sustentável. Como resultado dessas características exemplares, o País tem conseguido expressivos saldos positivos em sua balança comercial, que caminha para um superávit recorde em 2021.

O grande desafio para escoar a produção e extração crescentes destas commodities é prover o País de uma infraestrutura capaz. Destaca-se, neste sentido, o transporte ferroviário de cargas, apoiado por ações do governo federal, que muito tem se empenhado em proporcionar um futuro promissor a este setor, num horizonte próximo.

As commodities representam cerca de 90% do transporte ferroviário nacional, ficando a carga geral com os 10% restantes, sendo que apenas 3% desta carga geral correspondem a contêineres por ferrovia.

As concessionárias ferroviárias de carga têm trabalhado incessantemente na expansão de suas malhas, para garantir um transporte eficiente, seguro e econômico.

A Estrada de Ferro Carajás, da Vale, foi duplicada recentemente para aumentar o escoamento de minério de ferro proveniente da nova província mineral S11D. A Rumo Malha Paulista encontra-se em processo de revitalização das vias existentes e aumento de sua capacidade, de 30 para 75 milhões de toneladas por ano.

A Rumo Malha Norte acaba de receber a autorização do estado de Mato Grosso para expandir sua malha, de Rondonópolis em direção à região de Lucas do Rio Verde. Contêineres empilhados, transportados por modernos vagões double stack, já sobem de Sumaré (SP) a Rondonópolis (MT), com alimentos e produtos de higiene e limpeza, e proximamente serão levados também a Imperatriz (MA). Todos estes contêineres retornam ao Porto de Santos carregados com grãos e madeira.

A VLI aumentará sua produção ferroviária em direção ao TIPLAM, Porto de Tubarão (ES) e Porto de Itaqui (MA). A MRS prevê aumentar sua participação na carga geral em relação ao seu tradicional transporte de minérios.

Há ainda outros projetos, em execução ou em fase de estudos de viabilidade, para a expansão da malha ferroviária brasileira, seja em direção a outros portos ou mesmo intramodal, para alcançar 40% de participação na matriz de transporte de carga brasileira.

A indústria ferroviária brasileira, por seu lado, tem contribuído com o transporte ferroviário de excelência das concessionárias, desenvolvendo, com engenharia nacional, e produzindo vagões com maior capacidade e rapidez na carga e descarga, locomotivas 100% elétricas a bateria e inovadores materiais para a via permanente, proporcionando maior produtividade e competitividade às concessionárias.

Ao final, todos estes projetos, elaborados pelo Governo Federal, em consonância com o Congresso Nacional, pelas Concessionárias e pela Indústria, constituem-se em fortes pilares para um futuro altamente promissor do setor ferroviário brasileiro.

Este artigo foi originalmente publicado pela Revista Sobretrilhos – Edição Dezembro/2021