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Adubo que chega ao porto de Itaqui já é escoado por trilhos

09.01.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 06/01/2023

A primeira rota ferroviária para o transporte de adubos a partir do porto de Itaqui (MA) começou a operar em novembro passado, e ganhará força a partir deste mês. O serviço nasceu de uma parceria entre a Companhia Portuária Operadora do Itaqui (Copi), que pertence à Fertipar e ao Grupo Rocha, e a operadora logística VLI, que presta serviços de transporte de grãos na região.

Segundo Guilherme Eloy, CEO da Copi, a rota até Palmeirante (TO) passou por fase de testes sobretudo entre novembro e dezembro, quando houve movimentação de quase 30 mil toneladas de adubos. A previsão para janeiro é de 40 mil toneladas, e a inauguração oficial deverá ocorrer em breve. “Aos poucos, o volume crescerá, conforme houver demanda”, diz o executivo. A meta para 2023 é transportar entre 500 mil e 700 mil toneladas. O sistema tem capacidade para 1,5 milhão de toneladas.

Mesmo em um momento em que a entrega de adubos ao produtor no país está menor, devido à alta de preços, a expectativa dos parceiros é positiva. É que a rota é “competitiva” em relação à concorrência, que na região é o modal rodoviário, afirma Eloy. Sem revelar valor do frete, ele afirma que há demanda, e a premissa é que o fluxo casado ajude a reduzir os custos do transporte – os trens partem do porto com adubos e, na viagem de retorno ao terminal, levam grãos como soja e milho pela ferrovia.

O investimento somou R$ 300 milhões, em duas obras. Uma delas foi a adaptação da estrutura portuária para carregar vagões e enviar adubos para Palmeirante, onde foi concluído um terminal de recebimento de adubos integrado às operações de grãos da VLI. Segundo Eloy, abriu-se um novo corredor logístico.

No entorno do terminal de Palmeirante poderá nascer um polo de misturadoras de fertilizantes, acredita o CEO. As grandes empresas do segmento já atuam no Norte do país, a exemplo de Yara, Mosaic e da própria Fertipar. Ele comenta que 70% da área agricultável de Tocantins ainda não é utilizada e que a instalação de um polo de misturadoras e da estrutura que envolve uma rota ferroviária até Itaqui podem contribuir para o desenvolvimento do cultivo.

A Copi movimenta perto de 80% dos fertilizantes recebidos no porto maranhense, que vem se destacando como uma solução para produtores agrícolas e agroindústrias no Arco Norte. Entre janeiro e novembro do ano passado, Itaqui recebeu 2,8 milhões de toneladas de adubos, 10% a mais do que no mesmo período de 2021, de acordo com um levantamento elaborado pela consultoria StoneX.

A maior porta de entrada para fertilizantes no Brasil ainda é o porto de Paranaguá (PR), que recebeu 8,3 milhões de toneladas nos 11 primeiros meses de 2022. Santos recebeu 7,9 milhões de toneladas. Já entre os portos do Norte e Nordeste, Salvador recebeu 1,5 milhão de toneladas, e em Santarém (PA) foram quase 1 milhão de toneladas.

Estima-se que as entregas de adubos ao produtor tenham fechado o ano passado abaixo do volume de 2021. Segundo a Anda, que representa a indústria, as entregas recuaram 11% entre janeiro e outubro (dado mais recente), para 34 milhões de toneladas. Mas o setor acredita em recuperação neste ano. Os solos no Brasil, sobretudo os do Centro-Oeste, precisam de adubação frequente.