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Audiência pública sobre modal se debruçou em embates jurídicos prejudicando questionamentos técnicos

10.05.2021 | | Notícias do Mercado

O Documento - 08/05/2021

O presidente do Comitê de Análise Técnica para Definição do Modal de Transporte Público da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá e secretário de Mobilidade Urbana (Semob) de Cuiabá, Juares Samaniego, manifestou indignação pela forma como foi realizada a audiência pública para apresentação de informações sobre o BRT, realizada pelo Executivo Estadual, na  sexta-feira (07).  Sem convidar a Prefeitura de Cuiabá para participar da sessão, equipe política e técnica estadual se utilizaram da maior parte do tempo para comentar imbróglios jurídicos ao invés de se debruçarem mais na apresentação de fundamentos técnicos e do projeto, que ainda não foi mostrado ao público. Por entender a necessidade de que Cuiabá participe das discussões, à Prefeitura de Cuiabá organizou o Comitê de Análise e foi á Justiça para garantir o amplo debate.

 “Foi uma audiência direcionada. Fizeram uma explanação jurídica do VLT de quase uma hora que não é parte do tema e os questionamentos técnicos foram só dois minutos – concordo com as 35 indagações embasadas na   Consulta Pública – VLT Cuiabá-Várzea Grande Estudos do BRT, que são inconsistentes. O que posso dizer é, estamos pegando o bonde andando e essa discussão tinha que ter sido desde o início e não somente dois minutos para questionar um investimento de R$430 milhões. Como o Governo chegou nesse valor, já que que não tem o projeto executivo de estudo de viabilidade econômica e financeira? Investimento no projeto baseado em estudo técnico econômico em que Cuiabá e Várzea Grande não participaram deste estudo de trabalho. É muito difícil defender a causa em dois minutos”, pontuou.
Vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), Marcio Andrade, também aponta o sistema BRT sendo inviável. “Basicamente concluímos que os estudos são inconsistentes. Parabenizo o estudo, muito detalhado, mas existem erros conceituais. VLT tem vida útil de 30 anos e ônibus têm 15 anos. Também não foi considerada a troca de bateria, que aumentou o custo operacional. O BRT precisa incluir os termos de reversão de massa.  Na fotografia verifiquem a porta, a do VLT é bem maior. Existe um estudo da SB-Trans que fala sobre o tempo de parada que não foi considerado.  Então, são erros consideráveis”, pontuou ele.
Durante sua fala de apresentação, o engenheiro de transportes da Sinfra, Rafael Detoni, diz que julho de 2019 – o governo buscou junto ao Governo Federal estudos alternativos, mas, em nenhum momento citou a participação dos dois municípios em que existe a obra do VLT em andamento, no caso, Cuiabá e Várzea Grande.