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BRT Cuiabá : edital é prenúncio de caos à mobilidade em Cuiabá e VG

10.03.2022 | | ABIFER News

O que o governo propõe é um corredor de ônibus. Nada comparado a um BRT”, declara Massimo Giavina, vice-presidente do SIMEFRE

Engarrafamentos, maior risco de acidentes e insegurança tarifária a usuários do transporte coletivo. Há 9 dias da abertura do Edital RDCi Presencial n. 047/2021, entidades metroferroviárias nacionais voltam a alertar população e autoridades públicas sobre falhas no plano do governo de Mato Grosso de implementar um suposto BRT em Cuiabá e Várzea Grande. “Há uma incongruência técnica flagrante. O que o governo propõe é um corredor de ônibus. Nada comparado a um BRT”, declara Massimo Giavina, vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE).

O especialista em transportes atesta que, aos moldes do mapeamento apresentado no edital, a promessa de um “BRT com aspas” é de caos nas principais vias da Capital mato-grossense. Isso porque a proposta se vale, em diferentes trechos, da apropriação de faixas da direita ou da esquerda da pista das avenidas Historiador Rubens de Mendonça (CPA), Prainha, XV de Novembro, Getúlio Vargas e Isaac Póvoas – e não no canteiro central, onde o VLT já poderia estar operando nas Avenidas do CPA e Fernando Corrêa. A implantação do modal está paralisada há mais de sete anos e os trens seguem acondicionados e mantidos no centro de manutenções em Várzea Grande.

Também alertam as entidades que projetos de BRT, a rigor, proíbem conversões que cruzam as faixas do modal, medida importante à segurança e fluidez no trânsito. Também são caracterizados por estações exclusivas, lançando dúvidas de como se dará a operacionalização da tarifa e a comodidade ao cliente-usuário para uma integração entre ônibus.

“Ante leitura e interpretação atentas do Edital do “BRT” e diante das definições de vias, estações e terminais próprios de um BRT verdadeiro, nos deparamos com posições antagônicas e aparentemente insuperáveis para que o presente Edital seja de fato considerado um BRT”.

Conclusões do levantamento:

Com relação às vias:

  1. Não são exclusivas a um BRT (o que contraria definições técnicas);
  2. Não são segregadas;
  3. Não são, em sua totalidade, centralizadas nas vias;
  4. Não são contínuas;
  5. Não possuem, em todo seu trajeto, de piso adequado;
  6. Não permitirá uma melhora na mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande;

Com relação às Estações:

  1. Não são exclusivas;
  2. Não possuem pagamento de tarifas em suas entradas;
  3. Não possuem plataformas em nível, para todos os modais que serve;
  4. Não possuem marcações de solo, ou portas de plataforma, que possam servir aos modais que as utilizam;
  5. Não possuem local exato para o estacionamento dos modais que a utilizam;

Com relação aos Terminais:

  1. Não são exclusivos;
  2. Não estão ajustados, aparentemente, ao tamanho e raio de curvatura das composições que os utilizam;
  3. Não possuem acesso seguro dos usuários a estes Terminais e entre suas plataformas.

 Fonte: Cidadão Consumidor