Av. Paulista, 1313 - 9º Andar - Conjunto 912 (11) 3289-1667 [email protected]
pt-bren

Consórcio de empresas apresenta proposta de R$ 592 milhões para construção do Moegão ferroviário no Porto de Paranaguá

13.10.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: JB Litoral
Data: 12/10/2022

Na quarta-feira (5), a Comissão Permanente de Licitação e Cadastro da Portos do Paraná abriu os envelopes da licitação 006/2022, referente ao Projeto Cais Leste, conhecido como Moegão. Apenas um consórcio, formado por quatro empresas de engenharia, habilitou-se para a concorrência, de acordo com a empresa pública.

A proposta do Moegão trata da centralização da descarga ferroviária de grãos e farelos em uma moega exclusiva, com reestruturação rodoferroviária dos acessos dos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais. Atualmente, cada terminal tem seu próprio sistema de descarga de vagões, mas isso complica o trânsito na região portuária e representa mais tempo de operação. A intenção é construir um grande espaço de recebimento de cargas, capaz de aumentar a capacidade com menos transtornos.

Segundo a Portos do Paraná, o consórcio apresentou o valor de R$ 592,754.669,41 (quinhentos e noventa e dois milhões e setecentos e cinquenta e quatro mil e seiscentos e sessenta e nove reais e quarenta e um centavos) para a construção. Agora, correm-se os prazos para análise e recursos. De acordo com a CPLP, somente após esses prazos e a homologação dos resultados, é que serão divulgadas as empresas participantes. “Depois de quase dois anos de preparação e projeto básico, chegamos à primeira fase, da etapa externa de apresentação das proponentes e seus preços”, comenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva.

 

Obra deve durar de 18 a 24 meses

 

O consórcio, segundo ele, reúne grandes empresas e apresentou uma proposta interessante, que será analisada antes de seguir para a segunda etapa, a de habilitação. A documentação, de mais de 1.500 páginas, será averiguada e, caso esteja tudo de acordo, “a expectativa é que, muito em breve, tenhamos condição de assinar o contrato, para darmos, enfim, início à execução de uma obra tão importante para o complexo portuário do Paraná”, diz o gestor.

Após a assinatura do contrato, a execução da obra deve durar de 18 a 24 meses. No início de 2021, quando o projeto foi anunciado, o custo máximo estava estimado em R$ 500 milhões.

 

Projeto doado pela Rumo

 

O projeto do Moegão foi doado pela Rumo, que tem interesse direto que a obra saia do papel. Israel Castro e Souza, diretor da Execução Sul da Rumo, informa que serão três moegas, funcionando em três linhas independentes, cada uma para produtos diferentes, e com capacidade de 60 vagões cada. “Hoje, a nossa capacidade é de 80 vagões na moega, com picos de 100. Com o Moegão, passará para 390 vagões, podendo superar 500 vagões por dia”, comenta.

Ele destaca que, além da quadruplicação da capacidade, também haverá ganhos em tempo e interferências. O número de pontos de passagem ou em que a locomotiva precisa parar e manobrar vai sair de 53 para 12. “E depois que o trem entrou no Cais Leste, tem zero interferência”, acrescenta. O diretor acredita que esse será o principal aspecto percebido pela população, com diminuição de 70% a 80% nos transtornos para os moradores do entorno ou mesmo para os motoristas.

Para Luiz Garcia, com a obra, o Porto de Paranaguá terá a condição de centralizar vários terminais em um único ponto de descarga, agregando a capacidade e melhorando a logística de operação. Ele ainda avalia que o Moegão terá impactos sociais positivos. “Tem um segundo efeito, que também é importante, que é a diminuição do conflito porto/cidade. Porque essas composições ferroviárias são ‘quebradas’ para manobrar em cada um desses terminais, interditam vias, causando transtorno na espera, que, por vezes, nos trava 15 minutos até uma hora”, diz.

 

Maior obra da história

 

Em sua opinião, o Moegão, que pode ser considerado a maior obra da história dos portos do Paraná, deve mudar o conceito de operação ferroviária no Porto de Paranaguá. Segundo ele, o projeto considera a realidade atual e a necessidade de ampliar a participação do modal ferroviário, mas, também, olha para o futuro da logística no Estado e no cenário nacional.

“Desenvolveremos essa obra pensando na Nova Ferroeste, no fim da concessão da malha sul que nos atende. Enfim, temos grandes investimentos externos qo porto, que demandam muito a ferrovia e precisamos estar preparados para isso”, pontua o diretor-presidente.

 

O que será feito

 

  • Nesta contratação, a Portos do Paraná pretende a execução de trecho do empreendimento, denominado FASE 01, composto por Moega ferroviária, formado por 3 linhas de recebimento de grãos com capacidade para descarga simultânea de 3 vagões cada;
  • 1,7 km de galerias para transportadores de correia;
  • 4,8 km de correias transportadoras totalmente enclausuradas com capacidade de projeto de 2 mil toneladas por hora (correias de 54″), para transporte do produto descarregado na Moega Ferroviária diretamente nos terminais logísticos da área portuária.
  • O sistema de descarga ferroviária será concentrado em uma moega exclusiva e o escoamento se dará por correias transportadoras totalmente enclausuradas, de forma a não permitir emissões de material particulado para a atmosfera.

 

Características

 

  • Capacidade para 180 vagões simultâneos;
  • 3 linhas independentes;
  • 11 terminais interligados;
  • Expectativa de + 24 MILHÕES de toneladas de grãos e farelos/ano;
  • 900 vagões/ dia (300 vagões em cada uma das 3 linhas);
  • 60 vagões por lote, a cada 3,5 horas;
  • Máxima – 15 composições diárias (com 60 vagões cada), 5 encostes diários, e aumentando gradativamente ao longo de dez anos;
  • Vagões passarão de 65 toneladas para 80 toneladas.

 

Benefícios

 

* Mais organização no trânsito e no fluxo dos modais;

*  Redução do ruído da buzina dos trens;

* 1 navio de grão = 1.200 vagões x 1.800 caminhões;

* Custo 30% menor;

* 73% menos COZ;

* Redução de 1b para 5 interferências rodoferroviárias.