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“Temos 40 milhões de toneladas de minério ociosas na Vitória a Minas”, diz CEO da Vale

22.10.2025 | | Notícias do Mercado

Fonte: A Gazeta
Data: 17/10/2025

Principal corredor para o escoamento de minério do Sudeste, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) atualmente tem cerca de 40 milhões de toneladas de capacidade ociosa. E a maximização do uso da ferrovia é um dos desafios da Vale para os próximos anos.

A informação é do CEO da mineradora, Gustavo Pimenta, que participou nesta sexta-feira (17) do painel Papo de CEO, no Pedra Azul Summit 2025, evento da Rede Gazeta, que chega à 20ª edição reunindo nomes que ajudam a desenhar o futuro do Estado.

Na conversa com o colunista de A Gazeta Abdo Filho, Pimenta destacou a importância estratégica do Espírito Santo e revelou que a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) possui uma capacidade substancialmente subutilizada, anunciando planos para maximizar o uso da ferrovia.

O executivo assumiu o comando da mineradora há pouco mais de um ano e colocou como um de seus principais desafios a otimização da logística e do escoamento de minério.

“Quero encher essa estrada. Porque isso vai gerar mais negócio aqui, mais oportunidade de crescimento e de utilização do porto. Um dos desafios que eu venho trabalhando é como destravar as minas para gerar mais material para que a gente possa fazer pelota, para que a gente possa produzir mais minério. Passa por questões de licenciamento, passa por uma série de questões de abrir novas frentes de mina, para que a gente possa, de fato, encher essa ferrovia e gerar mais negócios”, afirmou.

A estratégia de crescimento no Estado é complementada pelo avanço do projeto de briquete verde, focado na descarbonização da indústria. E, nesse assunto, o Espírito Santo está no centro da pauta global de descarbonização da Vale.

O estado foi escolhido para sediar o desenvolvimento de uma tecnologia inovadora, o briquete verde, produto que visa auxiliar os clientes da Vale — as siderúrgicas — a reduzir sua pegada de carbono.

Pimenta explicou que a maior parte das emissões da Vale ocorre exatamente no processo de produção de aço pelos clientes.

O briquete verde é descrito como uma pelota com menor pegada de carbono, tanto na produção do material quanto na sua utilização no alto-forno. Ele representa uma evolução, sendo um produto de maior valor agregado.

A Vale optou por instalar as duas primeiras usinas de briquete do mundo no Espírito Santo, aproveitando a infraestrutura existente e a vocação de agregação de minério já presente nas antigas pelotizadoras, que foram desmobilizadas para este fim. A logística facilitada pelo Porto de Tubarão também foi um diferencial.

Embora a primeira usina já tenha sido inaugurada no final de 2023, Pimenta ressaltou o caráter de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) do projeto, afirmando que a prioridade é estabilizar o processo: “A gente quer primeiro ter a certeza que vai funcionar bem, antes de avançar na segunda unidade.”

Pimenta destacou que o feedback de clientes internacionais tem sido muito positivo, indicando que a tecnologia é disruptiva e que pode gerar um enorme impacto positivo de produtividade e redução de pegada de carbono. O desafio agora é aumentar a produção e elevar o nível de produção, entregando o produto no custo adequado.

Desafios e segurança

O presidente da Vale destacou na conversa que o último ano foi o melhor operacionalmente para a Vale, com avanços na segurança e descaracterização de barragens.

Pimenta lembrou que a Vale eliminou a última barragem que estava em nível três de emergência. E afirmou que a empresa se comprometeu a descaracterizar 30 estruturas a montante (o modelo construtivo das barragens de Brumadinho e Mariana), sendo que 18 já foram concluídas.

O CEO destacou ainda que o modelo de produção foi profundamente transformado, com 85% da produção atual não utilizando mais barragens. Na região Sul/Sudeste, isso é alcançado pela filtragem e secagem do rejeito, permitindo o empilhamento seco e a reutilização da água.