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Bancos brasileiros de olho no financiamento de malhas ferroviárias privadas

06.10.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: BN Américas
Data: 03/10/2022

Os bancos brasileiros estão cada vez mais interessados em financiar redes ferroviárias de empresas.

“Os projetos relacionados a ferrovias ainda são pouco explorados pelos bancos em termos de soluções financeiras, mas isso vai mudar, pois há um número relevante de projetos surgindo”, disse Ricardo Uras Neto, sócio de project finance do banco de investimentos BTG Pactual, à BNamericas.

Os players privados estão aproveitando os novos regulamentos, o programa Pro Trilhos, autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado, sob o qual as empresas podem construir e operar ferrovias de carga de curta distância por meio de direitos de passagem emitidos pelo governo. Anteriormente, as empresas tinham que competir em processos de licitação que podiam levar anos.

Desde que o decreto foi publicado, o governo recebeu 89 solicitações envolvendo potenciais investimentos de R$ 258 bilhões (US$ 47,8 bi) e 22,4 mil quilômetros, informou o Ministério da Infraestrutura em comunicado à imprensa.

Mesmo que nem todos os projetos avancem, um número suficiente irá levar a acordos para financiamento de projetos.

“O setor ferroviário ainda tem um caráter de dívida corporativa. Geralmente, as empresas desse setor, como Rumo e MRS, optam por emitir dívida para financiar seus projetos. Isso tende a mudar porque essas empresas estão assumindo novos projetos, novos investimentos e precisarão encontrar soluções financeiras para liberar seus respectivos balanços para assumir esses novos projetos”, acrescentou Uras Neto.

Ele afirmou ainda que a abordagem de renovação antecipada de concessões do governo também está gerando mais operações de financiamento de projetos. “Os balanços dessas empresas são fortes, mas o volume de projetos e renovações de concessões que estão realizando é muito grande e deve exigir que elas migrem um pouco mais suas operações de financiamento para um modelo de project finance.”

Em troca da renovação antecipada das concessões, o governo exige que as empresas antecipem investimentos.