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Contando com ferrovia da região, mineradoras ampliam investimentos

25.04.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Folha da Região
Data: 19/04/2022

A ferrovia que corta a maioria dos municípios da região de Araçatuba vai ser um importante corredor de transporte de minério de ferro nos próximo cinco anos. A Malha Oeste, que vai de Mairinque (SP) até Dourados (MS) e está em processo de relicitação pelo governo federal, já é apontada como motivo para o retorno de investimentos pela iniciativa privada, principalmente no Estado do Mato Grosso do Sul.

A privatização da Malha Oeste aconteceu na década de 1990, mas sem fiscalização não houve os investimentos necessários. Primeiro foi a Ferrovia Novoeste S.A., em julho de 1996. Em julho de 2008, a Novoeste passou a ser controlada pela América Latina Logística (ALL). Em 2015, houve processo de fusão com a Rumo Logística, que abandonou o negócio há quatro anos.

De acordo com o site especializado Mais Minas, três novas mineradoras estão se instalando no Mato Grosso do Sul. Duas delas, a 4B Minning e a 3A Mining estão em Corumbá e juntas vão produzir 4 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e em plena capacidade devem atingir 8 milhões de toneladas de minério de ferro. O outro empreendimento é a mineradora São Francisco de basalto, que vai produzir pó de rocha no município de Inocência. Juntas irão gerar mais de 300 empregos diretos e mais renda aos municípios e ao Estado.

A informação foi repassada pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). “Estamos em busca de novos investidores e conversando com as empresas, que já tenham pesquisas aprovadas ou com portarias de lavras. Além disso estamos acompanhando a questão da negociação da Vale e do player que venha a assumir o espaço que empresa ocupa hoje no Estado. Nosso objetivo é que este novo dono faça uma ampliação da produção de minério de ferro e manganês nos próximos anos”, acrescentou.

Ainda segundo o secretário, as novas empresas já estão estruturando suas operações. “A 4B Mining já está extraindo minério de ferro. Então são duas mineradoras de minério de ferro e outra na parte de britagens de basalto para a indústria de Construção Civil e Agricultura, que são os chamados remineralizadores, ou o chamado Pó de Rocha”, enfatizou.

Por fim, Jaime Verruck confirmou o cenário de melhoria da questão logística. “Com a sinalização da própria concessão da Malha Oeste e o regime de autorização ferroviária e a volta da navegabilidade do Rio Paraguai a perspectiva é que haja um incremento na produção e na exportação de minério de ferro e manganês, além do envio para o mercado interno”, destacou o secretário, exaltando a qualidade das nossas jazidas minerais.

A revitalização da Malha Oeste deverá ter um custo de R$ 14,9 bilhões, distribuídos ao longo de 15 anos. A estimativa é de um estudo da Empresa Brasileira de Logística que foi entregue à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Estado do Mato Grosso do Sul. Atualmente, alguns comboios têm passado pela via, principalmente transportando minério de ferro. No mês passado, um trem atropelou um carro na região comercial de Andradina, ferindo duas pessoas.

LEI

Está em tramitação na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) Ontem, a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) o projeto de lei visa ampliar a exploração das ferrovias paulistas para melhorar o tráfego de passageiros e cargas, e dar maior eficiência ao setor. A Malha Oeste está neste pacote.

Segundo a Secretaria de Estado de Logística e Transportes, o sistema ferroviário configura apenas 11% dos serviços de transporte de cargas em São Paulo, abaixo de modais como o rodoviário, o aéreo e o aquático. O Projeto de Lei 148/2022 é de autoria do Governo do Estado de São Paulo.

O objetivo do governo com a proposta é desenvolver as ferrovias que integram o Subsistema Ferroviário do Estado de São Paulo em um modelo mais próximo de shortlines americanas, que consiste em linhas de menor distância que conectam os pontos mais importantes de uma linha férrea, trazendo mais agilidade e eficiência.

O projeto compreende o planejamento, a construção, a manutenção, a operação, a exploração e a fiscalização dos serviços e obras que envolvem os transportes ferroviários. As ferrovias que serão incluídas no sistema serão determinadas pelo governador do Estado de São Paulo.

Entre as melhorias contidas na medida, estão: a redução do custo de transporte, o que permite uma melhora na competitividade entre as produtoras agrícolas e indústrias paulistas; prevenção de crises na área; aumento da eficiência socioeconômica; tornar investimentos públicos e privados compatíveis; e uma melhoria no desenvolvimento regional de forma sustentada.