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Governo do RJ vai nomear observador para acompanhar decisões da Supervia durante transição para novo operador

02.12.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: G1Data: 27/11/2024

O Governo do Rio de Janeiro vai nomear um observador para orientar e acompanhar as decisões operacionais e financeiras da Supervia durante o período de transição do contrato de trens urbanos na capital e Região Metropolitana. O governador Cláudio Castro assinou na terça-feira (26) o acordo com a concessionária. O documento ainda precisa ser homologado pela Justiça.

A assinatura aconteceu no Palácio Guanabara, sede do poder estadual. O termo lista os compromissos assumidos pelo Governo do Estado e pela concessionária. O acordo precisa ser homologado pela Justiça. A previsão é que a análise do termo aconteça em uma semana.

A assinatura contou com a presença do governador Cláudio Castro, o procurador-geral Renan Saad, e o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis.

A malha ferroviária urbana do Rio de Janeiro tem 270 quilômetros, cinco ramais, três extensões e 104 estações. Ao todo, os trens do estado transportam cerca de 300 mil pessoas por dia útil.

Após a homologação, a transição dura, inicialmente, de 6 a 9 meses até a realização de uma concessão. O governador Cláudio Castro definiu esse processo como um processo de “arrumar a casa”. Ele reconhece que o serviço é péssimo para os usuários. Durante este período, a Supervia segue operando, mas sob supervisão direta do poder estadual.

“É um modal que está aquém do que foi um dia. E uma responsabilidade desse processo de transição”

O secretário Washington Reis afirma que, no processo de transição, o governo volta a ter parte do controle do transporte e todas as questões que o cercam.

“Com essas tratativas, o governo do estado pode pensar, imediatamente, na melhora das estações, escadas rolantes, muros, áreas dominadas pelo tráfico e passarelas.”

Sem aumento

O governador garantiu que os passageiros não enfrentarão aumento de tarifa neste período. Benefícios como tarifas sociais seguem em vigor.

O secretário Reis afirmou que existe um projeto de tarifa única para todos os modais que são geridos pelo governo, mas este projeto não possui prazo.

No total, o projeto de transição contará com investimentos de R$ 450 milhões. Parte deles, R$ 300 milhões, virão do governo estadual. Segundo Castro, a maior parte deste montante já foi investida.

“O investimento será do tesouro do estado e do fundo soberano” afirmou Cláudio Castro.

Os outros R$ 150 milhões virão da Supervia.

Segurança

Como uma das medidas iniciais, o governador anunciou que será fundado um “Batalhão do Trem” como um destacamento da Polícia Militar destinado a reforçar a segurança das estações.

Cláudio Castro afirmou que estes policiais trabalhariam armados, mas ainda não há uma definição de quantos agentes e qual a distribuição deles na malha ferroviária. O projeto ainda passará por discussões com o comando da PM.

Dificuldade financeira

A Supervia manifestou diversas vezes o interesse em devolver a concessão dos trens do Rio de Janeiro, alegando dificuldades financeiras.

Pensando na sucessão, o poder estadual contratou a Companhia Paulista de Trens (CPTM) para avaliar o sistema ferroviário no começo de novembro.

A concessionária será responsável por elaborar estudos técnicos e realizar a mensuração de custos da operação, manutenção e estabilização. As informações serão usadas no futuro edital de licitação da empresa que deverá substituir a Supervia.

A consultoria foi contratada ao custo de mais de R$ 2,4 milhões.

Roubos de cabos

O ramal Belford Roxo enfrenta instabilidades pelo 2º dia seguido nesta terça. A concessionária explicou que houve um furto de 1,2 km de cabos nas proximidades da estação Barros Filho.

Por conta disso, os trens seguem apenas com viagens diretas de Belford Roxo para a Central do Brasil até às 6h40. Depois desse horário, todos os passageiros vão precisar realizar transferência na estação Mercadão de Madureira para seguir viagem até os terminais. Ou seja, tanto em direção para Central do Brasil quanto quem segue em direção para Belford Roxo.

A Supervia disse ainda que não há previsão de restabelecer o serviço por causa da insegurança na região, que enfrenta constantes tiroteios entre traficantes rivais.