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Grupo Comporte, de Constantino, está interessado no trem intercidades de São Paulo e em VLT e Metrô de Brasília

29.10.2019 | | Notícias do Mercado

Reunindo uma das maiores frotas de ônibus do Brasil e tendo fundado a Gol Linhas Aéreas, grupo acredita que futuro da mobilidade também passa pelos trilhos e não descarta se associar a parceiros internacionais

 

Um dos maiores grupos de ônibus urbanos e rodoviários do Brasil, o Grupo Comporte, que tem entre os principais administradores a família do empresário Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas, deve ampliar sua participação no setor de trilhos.

A revelação é do diretor de novos negócios e comunicação corporativa do Grupo Comporte, Robson Rodrigues, em entrevista ao Diário do Transporte na tarde desta segunda-feira, 28 de outubro de 2019.

“A gente está enxergando oportunidades de investimentos no setor de mobilidade sobre trilhos porque existem vários projetos em andamento, alguns deles planejados pelos governos estão sendo colocados em prática e temos uma experiência muito interessante de trilhos aqui na Baixada Santista que é uma operação nossa de PPP – Parceira Público Privada, que já está completando três anos e é absolutamente exitosa” – disse o executivo ao se referir sobre o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos que faz a ligação entre Santos e São Vicente, no Litoral Paulista.

Três projetos estão no foco do Grupo Comporte: a primeira linha do TIC – Trem Intercidades do Estado de São Paulo, entre São Paulo, Jundiaí Campinas e Americana; o VLT de Brasília e o novo ramal do metrô do Distrito Federal.

Quem assumir o TIC de São Paulo deverá se responsabilizar também pela linha 7-Rubi [Brás (experimental) – Luz – Francisco Morato – Jundiaí)] da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Os três projetos têm algo em comum: além do apetite de Grupo Comporte em assumir operações de trilhos, os ramais ferroviários propostos estão em áreas onde a família Constantino já opera ônibus.

O TIC vai se sobrepor a linhas rodoviárias de empresas do Grupo Comporte, como a Viação Piracicabana, uma das maiores.

Assim, o grupo se anteciparia a uma eventual migração de passageiros.

“O Trem Intercidades é coincidente com uma série de serviços que nós operamos no Estado de São Paulo. É um projeto que a gente acredita que esteja bem maduro e que tem uma razão de sair que é, inclusive, não só um compromisso político e de Estado, mas pela própria saturação no viário que liga estas regiões metropolitanas” – afirmou.

A promessa do Governador João Doria é definir o projeto e a licitação da primeira linha do TIC no próximo ano.

O Secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, assinou o ato de dispensa de licitação para contratação do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID para cooperação técnica com vistas à estruturação do Projeto Trem Intercidades. O despacho foi publicado no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira, 22 de agosto de 2019.

Em Brasília, também pela Viação Piracicabana, mas com ônibus urbanos, o Grupo Comporte tem grande atuação.

Robson Rodrigues explicou que no caso do VLT da W3, o grupo integra o Consórcio que apresentou um PMI – Procedimento de Manifestação de Interesse para construir e operar o sistema de trilhos. Já o novo ramal do Metrô ainda precisa de mais definições por parte do GDF – Governo do Distrito Federal.

“Nosso consórcio foi escolhido para apresentar o projeto e nós estamos agora na fase de diálogo com o Governo para aprimorá-lo e aí o GDF escolhe o que vai colocar em licitação.” – disse Robson Rodrigues .

Em notas à imprensa, ao se referir sobre o projeto, o Governo do Distrito Federal prometeu lançar neste ano ainda a licitação.

O projeto de implantação do VLT prevê a ligação entre os terminais Asa Sul, Asa Norte, passando pela via W3 e com extensão até o Aeroporto com extensão de 22km. A capacidade do VLT é transportar cerca de 200 mil passageiros por dia. A nova tecnologia irá integrar ao metrô, BRT Sul e ao BRT Oeste, segundo nota no site da Semob/DF – Secretaria de Transporte e Mobilidade.

O consórcio do qual participa o grupo de Constantino é formando pelas empresas BF Capital Assessoria em Operações Financeiras LTDA, Serveng-Civilsan S/A Empresas Associadas de Engenharia, Trans Sistemas de Transportes LTDA e Viação Piracicabana.

“O metrô de Brasília está numa fase mais embrionária, mas também temos interesse na participação deste tipo de trabalho lá no GDF [Governo do Distrito Federal].” – disse o executivo.

Robson Rodrigues afirmou que dependendo do porte do projeto, o Grupo Comporte pode tentar o empreendimento sozinho ou com parcerias, inclusive com investidores internacionais.

“A depender do projeto, o Comporte pode ir sozinho, pode encarar o empreendimento por si, mas também pode ir com parceiros, sejam da área financeira, sejam da área operacional, ou outros parceiros. Não há fronteira para estas parcerias” – complementou.

 

Fonte: Diário do Transporte

Data: 28/10/2019