17.11.2025 | ABIFER | Notícias do Mercado
Fonte: Mobilidade360 Data: 16/11/2025
Em entrevista concedida ao portal EM Minas, o presidente da MetrôBH, Claudio Andrade, detalhou os planos da concessionária para a capital mineira, incluindo a antecipação de obras da Linha 2. O executivo também defendeu enfaticamente a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na cidade, citando como base um recente estudo do BNDES.
O documento em questão é o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU) , que projeta o futuro da mobilidade nas capitais até 2054 e, como apurado pelo Mobilidade360, detalha R$ 35,5 bilhões em projetos para a Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Antecipação das Linhas 1 e 2
Desde que assumiu o sistema em março de 2023, a concessionária tem um cronograma de investimentos de R$ 4 bilhões para os primeiros cinco anos. Segundo Andrade, parte desse calendário será adiantado. A Estação Nova Suíça, na Linha 1, terá sua inauguração em janeiro de 2026, três meses antes do prazo contratual.
A maior novidade, no entanto, foi sobre a Linha 2 (Nova Suíça ao Barreiro). O presidente afirmou que, atendendo a um pedido do governo estadual, as duas primeiras estações do trecho (Nova Suíça e Amazonas) terão as obras concluídas em março de 2026. Com isso, a operação assistida nelas deve começar já em julho do mesmo ano, antecipando em muito a previsão original de 2028.
Melhorias no sistema atual
Durante a entrevista, Andrade abordou as melhorias operacionais já implementadas. Ele afirmou que o índice de falhas nos trens, que segundo ele era de “quase um por dia” (cerca de 30 por mês), foi reduzido para “próximo de zero”, mesmo operando com a frota antiga.
Para a modernização da frota, o presidente confirmou a compra de 24 novas composições da China, com o primeiro trem chegando ao Brasil em janeiro de 2026. Os novos veículos terão ar-condicionado e sistemas de controle automatizados. Paralelamente, as 19 estações da Linha 1 estão passando por reformas de acessibilidade e o sistema de bilhetagem foi atualizado para pagamentos eletrônicos.
O VLT e a citação ao BNDES
O ponto alto da entrevista foi a defesa do presidente da MetrôBH pela expansão da malha sobre trilhos. “Tem muito espaço. Dá para ter VLT em BH com certeza“, declarou Andrade, que participou da implantação do VLT no Rio de Janeiro.
Ele usou o estudo do BNDES para validar sua visão. O ENMU, analisado pela reportagem, corrobora a fala do presidente. O documento propõe um total de 14 novos projetos de média e alta capacidade para a RMBH, somando 231 km de nova infraestrutura.
O investimento total estimado para esses projetos é de R$ 35,57 bilhões , divididos entre Metrô (R$ 18,73 bi), BRT (R$ 5,46 bi) e VLT.
Os projetos de VLT que constam no estudo, e que servem de base para a fala de Andrade, são três:
· Implantação do VLT Linha 4 (Eldorado – Betim), com 22,8 km;
· Implantação do VLT (Ribeirão das Neves – Lagoinha), com 30,2 km;
· Implantação do VLT Anel Urbano, com 38,8 km.
Somados, os três projetos de VLT representam um investimento de R$ 11,37 bilhões e 92 km de linhas.
O trecho prioritário mencionado por Andrade na entrevista, “que sai da Lagoinha e vai até a Savassi”, também está previsto no documento, mas como uma linha de Metrô (Linha 3: Lagoinha – Belvedere), com 11,2 km.
O estudo do BNDES, citado por Andrade como justitativa para a expansão, também quantifica os benefícios dessa nova “Rede Futura”. Com os 14 projetos, o ENMU estima que a proporção de deslocamentos feitos em transporte de alta capacidade (como metrô e VLT) em BH saltaria dos atuais 29,2% para 70,7% do total.
Essa mudança, segundo o documento, traria uma redução de 18% no tempo gasto em deslocamentos , uma queda de 28% nas emissões de CO2 e a redução de 28 óbitos por ano em sinistros de trânsito.