27.05.2021 | ABIFER | Notícias do Mercado
Revista Ferroviária - 26/05/2021
Iniciado em dezembro do ano passado, o processo de criação de um novo modelo de gestão, operação, manutenção e expansão da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips) deve ser concluído em março de 2022. Essa é a previsão do Ministério da Infraestrutura (Minfra), que acompanha o andamento da formulação do novo contrato, que prevê gestão compartilhada entre operadores ferroviários que movimentam cargas no maior complexo portuário da América Latina.
Conduzida pela Autoridade Portuária de Santos (SPA, na sigla em inglês) em conjunto com a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), do Minfra, a modelagem do contrato da ferrovia – operada atualmente pela Portofer, arrendada à Rumo – prevê investimentos mínimos da ordem de R$ 1,8 bilhão. Esse valor a ser rateado exclusivamente entre os integrantes da futura Sociedade de Propósito Específico (SPE) deverá fazer frente à projeção de incremento na demanda de carga ferroviária no Porto de Santos, saindo da capacidade atual de 55 milhões de toneladas de cargas por ano para cerca de 115 milhões de ton/ano nos próximos cinco a dez anos.
Apesar de o prazo da minuta do contrato ser de 30 anos, segundo a SPA, a maior parte dos investimentos deverá ser realizada entre 2022 e 2026, com o objetivo de evitar gargalos com o aumento de volume de carga previsto com as renovações dos contratos das ferrovias. “Com as prorrogações, há previsão de que o volume adicional de carga que acessa o porto fique represado pela falta de capacidade na malha interna”, afirma Diogo Piloni, secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA).
Em 2020, o Porto de Santos movimentou 146,6 milhões de toneladas de cargas, dos quais 49,7 milhões foram por transporte ferroviário. Desse número, 39,5 milhões foram transportados pelos 100 km de linhas da Portofer (o restante é composto por cargas que desembarcam em terminais localizados no entorno do porto). Do total por ferrovia, 30,7 milhões de toneladas foram da Rumo, 5,8 milhões da MRS e 3 milhões da VLI – as três concessionárias que acessam a malha interna do porto. Os dados são da SPA.
Mais detalhes a respeito do que está previsto para a nova gestão da Fips, das discussões e investimentos na Ferradura de Santos, linha da MRS que dá acesso ao Porto de Santos, e dos apontamentos feitos pelos atores envolvidos no processo, estarão na reportagem de capa da próxima edição da Revista Ferroviária, em breve no ar.