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Novo CFO da Vale diz que pretende reduzir riscos

03.02.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Monitor Mercantil
Data: 03/02/2022

A Vale está sob novo comando. O CFO é o Gustavo Pimenta que apresentou suas novas linhas de conduta em reunião com analistas de mercado. Pimenta ingressou na Vale em novembro do ano passado vindo da AES Corporation. A XP divulgou um relatório, assinado por Andre Vidal, Head Óleo, Gás e Materiais Básicos, Victor Burke, Analista de Materiais Básicos, Petróleo e Gás, Thales Carmo, Analista de Mineração & Siderurgia e Papel & Celulose, que pontua as principais ideias da nova gestão.

Os principais temas abordados foram: (i) visão geral do mercado; (ii) estratégia de volumes da Vale; (iii) foco da gestão; (iv) estrutura de capital e (v) divisão de metais básicos. “Mantemos nossa visão positiva para Vale”, destacou o relatório.

Principais pontos

Conforme o relatório, não houve grandes novidades ou mudanças relevantes nas atuais práticas de gestão, mas Pimenta divulgou alguns de seus pensamentos sobre a Vale. Os principais pontos discutidos foram:

Visão geral do mercado – A gestão da Vale está mais otimista com a atividade na China em 2022. A opinião da companhia é que não deve ser um pouso forçado da atividade econômica principalmente por conta das medidas governamentais para estimular o crescimento da infraestrutura. Portanto, a produção de aço deve permanecer em torno de um bilhão de toneladas, e manter um mercado apertado no primeiro semestre do ano. No lado da oferta, não deve ter crescimento este ano.

Estratégia de volumes – Pimenta destacou a abordagem de “valor sobre volume” para a produção da Vale, uma vez que um aumento acentuado nos volumes da empresa pode reduzir os preços. Ele enfatizou que os volumes adicionais para atingir a marca de 400Mt só serão produzidos se o mercado puder absorvê-los.

Foco da gestão – O foco principal do novo CFO continua sendo a redução do risco das operações por meio do descomissionamento de barragens, aumentando a eficiência (Sr. Pimenta reiterou que é possível chegar a US$ 1 bilhão por ano em eficiência nas iniciativas de redução de custos) e diferença de valuation para os seus pares. O retorno em dinheiro para os acionistas (dividendos + recompra de ações) deve continuar sendo uma prioridade, sem grandes planos de investimentos ou grandes fusões e aquisições à vista.

Estrutura de capital – O nível atual de US$ 15bi parece justo, mas com pagamentos de dívidas estendidas e redução do risco das operações, pode avançar para 1x Dívida Líquida/EBITDA, o que pode significar uma dívida líquida em torno de R$ 20 bilhões.

Divisão Metais Básicos – Ainda estão avaliando todas as possibilidades, mas a prioridade é aumentar as operações e otimizar custos. Um spin-off dependeria se o mercado precificaria o potencial do negócio entre outras variáveis.

Opinião – Sem grandes mudanças na estratégia da Vale, por enquanto. Apenas a abordagem “valor no lugar de volumes” que difere um pouco do discurso do Vale Day, em que o aumento de volumes foi o foco. “Mantemos nossa recomendação de Compra para a Vale com preço-alvo de R$ 97/ação e US$ 17,6/ADR”, assinalou os autores do relatório.