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Pátio Ferroviário de Paranapiacaba vai passar por restauração Destaque

27.09.2021 | | Notícias do Mercado

Fonte: Prefeitura de Santo André
Data: 22/09/2021

A Vila de Paranapiacaba, em Santo André, terá mais um espaço histórico restaurado. A empresa Brasil Restauro concluiu os projetos executivos para intervenções no Pátio Ferroviário. Durante nove meses, foram elaborados e produzidos mapas e textos, com propostas técnicas e indicações de futuras obras para requalificação e conservação das áreas das antigas estações Alto da Serra e Paranapiacaba.

O Pátio Ferroviário possui área construída de 465,86 metros quadrados e faz parte do patrimônio histórico e ambiental da Vila. “O trabalho pela recuperação de Paranapiacaba é permanente e uma das prioridades da gestão. Nosso esforço é viabilizar a revitalização de todos os espaços com relevância histórica e o Pátio Ferroviário é um dos destaques. Será uma importante obra que vai se somar a outras revitalizações realizadas na Vila, entregues pela Prefeitura, MRS e comunidade”, destacou o secretário de Meio Ambiente de Santo André, Fabio Picarelli.

O projeto executivo, patrocinado pela MRS Logística, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, tem valor aprovado de R$ 445.570,69. “Desenvolver projetos executivos consistentes e bem estruturados é muito importante. Eles podem orientar ações do poder público e ser a base para iniciativas autossustentáveis, que gerem emprego, renda e deem novos significados às áreas preservadas ou recuperadas. O potencial turístico, por exemplo, do patrimônio histórico ferroviário é alto. É preciso organizar as formas de atuação e atingir resultados positivos para toda a comunidade local”, afirma o gerente geral de Relações Institucionais da MRS São Paulo, José Roberto Lourenço.

Segundo a arquiteta Fabiula Domingues, a conclusão dos projetos executivos é mais um passo para melhorias na região das plataformas da Torre do Relógio e da antiga Estação Alto da Serra. “Traz um olhar contemporâneo aos remanescentes da antiga estação Alto da Serra, encontrados durante os trabalhos de campo, inseridos em um novo contexto social com a implantação de uma praça. Nossa linguagem arquitetônica enaltece toda história das estações seguindo as premissas dos órgãos de preservação consonante aos anseios ilustrados pela pesquisa inédita feita com a população residente”, ressaltou Fabiula.

Os estudos e as propostas foram protocolados junto aos Conselhos de Preservação, que avaliam o material para dar parecer. A Brasil Restauro sugere a criação de uma praça no espaço antes ocupado pela estação Alto da Serra, demolida na década de 1980, com uma releitura da antiga planta de arquitetura da extinta estação. A pesquisa histórica possibilitou resgatar todos os projetos da estação original, de modo que foi possível identificar as áreas do prédio, como administração, bilheteria, sanitários e cozinha dos funcionários.

A ordenação espacial da praça foi projetada sobre a planta da antiga estação. Para fazer referência ao edifício demolido e seus volumes, foram adotados pergolados metálicos dispostos em alturas variadas, viga gabião, bancos contínuos de concreto, vãos e jardins suspensos que remetem às antigas alvenarias, janelas e portas da Estação Alto da Serra. Pequenos espelhos d’água lembram as áreas do prédio onde ficavam os banheiros e a cozinha (conhecidos em arquitetura como áreas molhadas). Há iluminação embutida no piso elevado com o objetivo de criar pequenos espaços que valorizem apresentações culturais múltiplas.

Por sua localização privilegiada, no centro de Paranapiacaba, a proposta prevê grandes gramados para que as pessoas permaneçam no local contemplando toda a Vila e a torre do relógio. Importante ressaltar que, como se trata de local com intenso trânsito de trens de carga, alertas e conscientização sobre a segurança ferroviária serão fundamentais. Espécies vegetais nativas ao bioma da Mata Atlântica foram incorporadas ao projeto de paisagismo. A beleza das flores será representada pelo Cipó de São João, cuja floração acontece no inverno, período de maior atração turística, e também pelas flores da Alamanda Amarela e do Maracujá Doce, cujos perfumes acrescentam uma experiência sensorial.

O projeto sugere ainda a instalação de espreguiçadeiras ao longo da área gramada. Serviços de alimentação, sanitários e espaço comercial poderão ser instalados em vagões de trens adaptados para estas funções. Uma biblioteca itinerante, em um vagão, também foi idealizada para emprestar livros e guardar pequenas bicicletas reversíveis para serem usadas na Vila. A adequação da bilheteria do Museu Funicular garantirá fluidez e melhor atendimento ao visitante.

Os projetos executivos para melhorias na Região do Pátio Ferroviário da Vila de Paranapiacaba têm apoio da Prefeitura de Santo André; do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo) e do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André.

Entre as obras entregues em Paranapiacaba nos últimos anos estão a revitalização do Museu Castelo, da Igreja do Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba, da Torre do Relógio, da Estação Campo Grande e da Garagem das  Locomotivas, utilizada hoje como estação do Expresso Turístico da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Sobre o Pátio Ferroviário – Localizado na parte alta da Vila de Paranapiacaba, o núcleo urbano implantado em frente à antiga estação ferroviária Alto da Serra possui características arquitetônicas e urbanísticas oriundas da tradição luso-brasileira. Hoje o pátio continua tendo forte relevância econômica, sendo um importante acesso ferroviário para trens de carga, operados pela MRS Logística, ao Porto de Santos. Todo tipo de carga pode passar por ali.

Sobre a Brasil Restauro – A arquiteta Fabiula Domingues, diretora da Brasil Restauro – Arquitetura e Cultura, com 13 anos de carreira, tem dedicado sua experiência à área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Patrimônio Histórico. Já atuou em mais de 20 projetos de conservação e restauro, com destaque para o Projeto Cultural de Restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande, entregue em dezembro de 2020, na Vila de Paranapiacaba, em Santo André- SP.

Sobre a MRS Logística – A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. Hoje, a companhia está entre as maiores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada nos anos 1990. Quase 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS. Em 2020, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a empresa patrocinou a obra de restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande na Vila de Paranapiacaba, em Santo André, que em 2021 será usada como centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos.