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Porto do Açu e EF-118: o caminho sobre trilhos para o hub logístico brasileiro

01.07.2021 | | Notícias do Mercado

 

Fonte: Revista Logística e Transporte
Publicação Oficial do Conselho Empresarial de Logística e Transporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro
Número 1 – Maio 2021 - Páginas 24 e 25

 

Por José Firmo*

 

O desenvolvimento de novos terminais portuários e complexos industriais nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo retomou a discussão sobre a necessidade de uma conexão ferroviária. Além disso, com o aumento da produção prevista para os próximos anos, é imperativa a ampliação da malha ferroviária brasileira e a conexão de novos portos para suportar o crescimento do País e ampliar competitividade do setor produtivo. Essa conexão pode ser concretizada com o desenvolvimento da nova ferrovia Rio–Vitoria EF-118, já inserida no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, e que tem o potencial de destravar novos investimentos e movimentações, trazendo equilíbrio ao sistema portuário brasileiro e beneficiando os estados de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Isso porque a EF-118 é parte do Corredor Logístico Centro-Leste, que atende à demanda de exportação de grãos, indústria siderúrgica, carvão, fertilizantes e combustíveis, conectando as regiões produtoras com terminais exportadores e importadores como o Porto do Açu.

 

Em operação desde 2014, o Açu se tornou um dos maiores e mais importantes complexos de infraestrutura do país…

 

Para se ter uma ideia, conectar a ferrovia até o Porto do Açu possibilita de imediato a movimentação, com economicidade, de três milhões de toneladas de soja e milho da região central do Brasil.

Em operação desde 2014, o Açu se tornou um dos maiores e mais importantes complexos de infraestrutura do país: movimentou mais de 50 milhões de toneladas em 2020, possui o segundo maior terminal em movimentação de minério de ferro do Brasil, é responsável por 25% das exportações de petróleo e abriga a maior base de apoio offshore do mundo, além de erguer o principal hub de gás natural da América Latina. Ainda este ano contará com a operação da GNA I, a primeira usina térmica, que começa a operar comercialmente neste semestre, gerando 1.3GW – o equivalente ao suprimento energético de mais de 6 milhões de residências.

A chegada do gás ao Açu é extremamente relevante, pois viabiliza a implantação de diferentes empresas que o utilizam como matéria-prima, como a indústria de fertilizantes, cimenteiras e químicas, entre outras. Essas empresas vão se unir às outras companhias já em operação no empreendimento portuário, que movimentam produtos como petróleo, minério de ferro, bauxita, coque e carvão. Em 2020, o Porto do Açu colocou o Estado do Rio de Janeiro no mapa do agronegócio nacional com a primeira movimentação de fertilizantes. A infraestrutura rodoviária atualmente existente atende a demanda dos próximos anos, mas investimentos em infraestrutura e logística são necessários para consolidar a região como uma das melhores opções para o agronegócio no longo prazo.

Sobretudo, fazer com que o Açu seja acessado também por trilhos reduz o custo Brasil, equilibra o sistema portuário brasileiro e consolida um dos maiores corredores para exportação do agronegócio no país, o Corredor Logístico Centro-Leste, que tem potencial de movimentação de 32 milhões de toneladas em 2035.

Esta é a chave para transformar o Estado do Rio de Janeiro – e o Porto do Açu – em um hub logístico de excelência para o Brasil.

 

*José Firmo, CEO da Porto do Açu Operações.