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Rio e São Paulo terão que mudar sistemas de transportes para reduzir emissões, diz estudo

04.05.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor
Data: 29/04/2023

As duas maiores capitais do país, Rio de Janeiro e São Paulo, terão que focar em mudanças nos respectivos sistemas de transportes para reduzir emissões de gases de efeito estufa até 2050 e se aproximar de um cenário de carbono zero.

Essa é uma das conclusões de um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e da Exchange 4 Change Brasil, a pedido da Enel Brasil.

De acordo com a pesquisa, o setor de transportes foi responsável por 62% das emissões em São Paulo e por 35% das emissões no Rio de Janeiro – considerando os dados mais recentes de cada a das capitais: 2018 em SP e 2019 no RJ.

Em São Paulo, as projeções apontadas pelo estudo indicam um aumento de 100% das emissões até 2050, em relação aos dias de hoje, se não houver esforços para mitigar o lançamento dos gases de efeito estufa na atmosfera.

No Rio de Janeiro, o cenário tendencial aponta para um aumento de 59% das emissões até 2050, caso nenhuma medida seja aplicada.

Os pesquisadores apontaram seis soluções para que as duas metrópoles alcancem a neutralidade das emissões em 2050, que envolvem a redução de distâncias percorridas, adoção de parcerias público-privadas para descarbonizar as frotas e o incentivo ao acesso a uma matriz elétrica mais verde e diversificada para garantir a eletrificação.

O estudo também recomenda o acesso igualitário a tecnologias para a descarbonização, mudanças nas aquisições públicas, com adoção de processos circulares nas compras públicas e governança, e a busca de novas formas de produção e consumo, com a participação da sociedade, promovendo mudança cultural nas cidades.

“As grandes cidades manifestam inúmeras necessidades e a vida dentro delas se mostra cada vez mais complexa, com diferentes expectativas e demandas por parte das pessoas. Quase tudo na cidade muda a todo tempo e precisamos estar preparados para responder as novas necessidades do presente e do futuro das pessoas”, disse Nicola Cotugno, principal executivo da Enel no Brasil, no estudo.

As duas cidades juntas possuem mais de 19 milhões de habitantes, o que equivale a 15% do PIB brasileiro. As emissões totais do Rio de Janeiro são maiores do que as de São Paulo, mesmo com uma população menor.

Estima-se que em São Paulo, um terço das emissões do transporte rodoviário a diesel seja oriunda do transporte rodoviário a diesel. Além disso, o transporte rodoviário contribui com 64% das emissões do setor de mobilidade.

Para apresentar o diagnóstico, o estudo baseou-se nos planos de ação climática das duas cidades e partiu dos dados de emissões de gases de efeito estufa, além de analisar ações necessárias para mitigar ou compensar as emissões, de olho na neutralidade de carbono em 2050.

O estudo também ressalta a adoção do conceito da economia circular, que redesenha o modelo atual de “extrair-produzir-consumir-descartar”, sobre o qual as cidades se desenvolveram ao longo do último século.

“O objetivo de uma Economia Circular é redesenhar o atual modelo econômico, e as cidades não somente estão sendo vistas como o centro de mudança, mas têm a responsabilidade de liderar a transição, uma vez que quase 70% da população global viverão nas cidades até 2050”, diz o estudo.