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São Paulo transporta três vezes mais passageiros sobre trilhos que resto do país

11.07.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: Metrô CPTM
Data: 11/07/2024

O transporte sobre trilhos no Brasil é um cenário de contrastes. Se em São Paulo há linhas de metrô com tecnologia de ponta e que movimentam milhões de passageiros, em outras regiões do país persistem ferrovias precárias e sistemas pouco eficientes, com algumas exceções.

O panorama da malha metroferroviária brasileira continua preocupante. Pouco se investe nesse modal diante da necessidade de mobilidade de qualidade em grandes metrópoles.

O site fez um levantamento com os dados de passageiros transportados nos sistemas sobre trilhos do país no ano passado e a constatação é que são poucos os estados onde há iniciativas contínuas para expandir e aprimorar esse tipo de serviço.

São Paulo é, no entanto, de longe o estado mais estruturado nesse sentido a ponto de transportar 77% dos passageiros que usam linhas de trens no país.

Segundo colocado nesse quesito, o Rio de Janeiro representa apenas 12% do total de usuários embora tenha uma extensão quase tão grande quanto São Paulo (351 km contra 390 km).

Se o MetrôRio e o VLT Carioca têm uma demanda importante, a Supervia é um desalento, com falhas gritantes e a ameaça constante de suspender seus serviços.

Raridade em um país que parece só pensar em ônibus, a Bahia desponta como 3º estado que mais transporta pessoas em ferrovias, com 4% de participação.

Vale lembrar que o Metrô de Salvador e Lauro de Freitas foi inaugurado há apenas dez anos e a região metropolitana perdeu o trem do subúrbio, emobra este tivesse pequena representatividade em números.

O Ceará também é uma exceção, com a 3ª maior malha sobre trilhos, fruto do investimento em linhas de VLTs (Veículo Leve Sobre Trilhos). O estado também ousou implantar a primeira linha de metrô escavada por tatuzões fora do eixo Rio-São Paulo, mas o projeto está bastante atrasado.

Outro estado que pode virar o jogo é Minas Gerais, após a concessão da Linha 1 antes operada pela estatal federal CBTU. Agora nas mãos do Grupo Comporte, há esperança de que os investimentos possam reverter uma situação preocupante, a queda no número de passageiros em virtude do aumento do valor da tarifa, que pulou de R$ 1,80 em 2019 para R$ 5,50.

ViaQuatro e o Metrô lideram em capacidade

Um dado demonstra com clareza como o transporte ferroviário de passageiros carece de investimentos em tecnologia. Trata-se de quantos passageiros cada operadora transporta por quilômetro de trilhos.

Não surpreende que a malha de metrô paulista lidere com margem esse quesito. A ViaQuatro, que está à frente da Linha 4-Amarela, tem o maior índice, de quase 15 milhões passageiros por km.

Metrô de São Paulo, com seus quatro ramais, não está longe, beirando 12 milhões de usuários/km, seguido da ViaMobilidade na Linha 5-Lilás (7,7 milhões de passageiros por km).

Separados nos dados da Agetransp, a agência de transporte do governo do Rio, o Metrô que opera as linhas 1 e 2 tem um índice de 3,9 milhões por km e a RioBarra (Linha 4), 2,8 milhões por km.

Nesse meio temos ainda a ViaMobilidade Linhas 8 e 9 com 2,9 milhões e a CCR Metrô Bahia (2,7 milhões/km).

A CPTM e a Supervia, em virtude das suas imensas malhas herdadas de companhias estatais federais e estaduais, têm um índice mais baixo mas a empresa paulista transporta mais de sete vezes o volume por km da operadora fluminense.

Das operadoras restantes, apenas o Metrô DF consegue uma razão acima de 1 milhão de usuários por km, um sinal de que muitos sistemas, embora até extensos, têm uma infraestrutura extremamente aquém do necessário.

Mais trens, sistemas de sinalização e energia e outros

É, portanto, óbvio que a malha brasileira não apenas precisa ser expandida – e muito -, mas também atualizada e recuperada.

Não são apenas trens mais novos e eficientes, mas vias seguras e sistemas de sinalização, energia, comunicação, entre outros, que proporcionam um serviço melhor e confiável.

Além disso há o fator social. A rede paulista chegou a esse patamar não apenas pelo investimento em tecnologia e expansão, mas porque é um sistema acessível, com tarifa integrada em quase toda a malha.

Aqui não se discute se o formato de arrecadação e manutenção do serviço é o ideal, mas não há dúvida que ele tem que ser sustentável tanto para o estado quanto para a população.

desmanche da SuperVia é um exemplo de como essa equação é delicada.