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Vale deve ter bom desempenho, mas preço afeta no 2º tri

27.07.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 26/07/2023

O maior volume de produção de minério de ferro e a redução de custos devem garantir um resultado positivo para a Vale no segundo trimestre, embora com números aquém de igual período do ano anterior. Relatórios de bancos e casas de análise obtidos pelo Valor mostram que a queda de preços do minério de ferro, cobre e níquel frente ao segundo trimestre de 2022 deverão ser determinantes no desempenho. Na comparação com o primeiro trimestre, no entanto, deverá haver ligeira melhora.

O Valor compilou dados de quatro relatórios de instituições financeiras e, na média, a estimativa de lucro líquido é de US$ 1,87 bilhão, o que, caso confirmado, significará queda de 69,5% frente ao segundo trimestre de 2022, mas uma alta de 1,9% frente aos três primeiros meses de 2023.

A Vale informou que divulga os resultados do segundo trimestre na quinta-feira (27), depois do fechamento do mercado.

O valor médio para a receita líquida ficou em US$ 9,598 bilhões, o que seria um recuo de 13,9% frente ao segundo trimestre de 2022, mas uma alta de 13,8% na comparação com o primeiro trimestre. O lucro antes de juros, impostos, depreciação a amortização (Ebitda, na sigla em inglês) médio foi de US$ 3,99 bilhões, o que vai representar, caso confirmado, um recuo de 27,9% na comparação com o período abril-junho de 2022, mas uma alta de 8,21% na comparação com os três primeiros meses de 2023.

A Vale informou, no relatório de produção, divulgado dia 18, que os preços realizados de minério de ferro entre abril e junho foram de US$ 98,5 por tonelada, uma queda de 9,3% frente ao primeiro trimestre e um recuo de 13,1% ante o segundo trimestre do ano passado. Nas pelotas, o valor de US$ 160,4 por tonelada representou uma queda de apenas 1,3% ante o primeiro trimestre, mas um tombo de 20,3% na comparação com o segundo trimestre de 2022.

Entre os relatórios obtidos pelo Valor, as projeções de receita líquida variaram entre US$ 9,493 bilhões da XP e do Itaú BBA até US$ 9,893 bilhões do Bradesco BBI. O menor Ebitda previsto foi de US$ 3,762 bilhões pelo BTG Pactual e o maior foi de US$ 4,1 bilhões do Itaú BBA. O lucro líquido variou dos US$ 1,359 bilhão do Itaú BBA aos US$ 2,397 bilhões do BTG Pactual.

O Itaú BBA ressaltou, em relatório assinado pelos analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, que os maiores volumes e os menores custos na divisão de ferrosos vão levar a um aumento do Ebitda frente ao primeiro trimestre, mais que compensando a queda de preços. Entre janeiro e março deste ano, a média de preço da tonelada vendida de minério de ferro pela empresa foi de US$ 108,6.

Segundo os analistas do Itaú BBA, o custo-caixa do minério entregue na China deverá apresentar queda devido a maior diluição de custos fixos e aos menores preços do combustível de navegação. O banco prevê que o Ebitda apenas do setor de ferrosos suba 12% frente ao primeiro trimestre, para US$ 3,7 bilhões.

Na divisão de metais básicos, os analistas estimam uma queda de 19% do Ebitda frente ao primeiro trimestre, para US$ 464 milhões, puxada pelos menores preços e pelos custos mais elevados, que devem mais que compensar a alta de 17,7% das vendas de cobre frente ao primeiro trimestre. No caso do cobre, os preços realizados caíram 25,8% na mesma comparação.

“Estimamos uma alta de 3% [frente ao primeiro trimestre] no custo caixa por tonelada, tanto para o cobre quanto para o níquel, afetados por receitas menores dos produtos”, dizem os analistas do Itaú BBA.

O Bradesco BBI, em relatório assinado pelos analistas Thiago Lofiego, Isabella Vasconcelos e Camila Barder, projeta um Ebitida de US$ 517 milhões para o negócio de metais básicos – abaixo dos US$ 573 milhões do primeiro trimestre – fruto do impacto dos menores preços do níquel e do cobre.