A pandemia do coronavírus, que obrigou o fechamento da imensa maioria do comércio em todo o país, acabou registrando alta nas vendas em alguns segmentos, principalmente, claro, de supermercados e farmácias. Mas outros setores não essenciais também tiveram aumento, e um deles é o de trens elétricos em miniaturas. De acordo com Lucas Frateschi, diretor da Frateschi Trens Elétricos, empresa com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, houve um crescimento de 15% nas vendas neste período. “Como muitas pessoas vivem sozinhas, ou têm passado mais tempo em casa com a família, aproveitam para praticar algum hobby para distrair a mente, e o ferreomodelismo é um deles, pois se torna uma terapia alternativa em época de isolamento”, diz.
O ferreomodelismo, um dos hobbies mais antigos do mundo e que pelo fato de poder ser praticado dentro de casa, não está sujeito a intempéries, tem ganhado adeptos pelo Brasil e se popularizado entre os amantes de trens. Em tempos da pandemia, este hobby pode reunir toda a família em torno da ferrovia para horas de entretenimento e relaxamento, esquecendo-se, pelo menos por um tempo, desta doença que assola o mundo.
A origem do ferreomodelismo remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou.
De norte a sul do Brasil, muitas pessoas têm se interessado pelos trens elétricos em miniatura, seja por pura diversão, hobby ou mesmo para preservar a memória ferroviária do país.
“As pessoas pensam que o transporte ferroviário morreu, mas ele está vivo e em expansão. A ferrovia é de valor estratégico imprescindível para um país como o Brasil, e este crescimento ajuda a fomentar ainda a mais a paixão que muitos brasileiros têm pelos trens, sendo que muitos passam o hobby do ferreomodelismo para as futuras gerações”, conclui Frateschi.