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Engenheiro aponta que incidente em obra do Metrô não tem relação com chuvas

03.02.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Instituto de Engenharia

 

Paulo Ferreira, presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, diz que vibração do maquinário fez solo se movimentar de modo irregular

 

A cidade de São Paulo amanheceu aflita com o incidente ocorrido no canteiro de obras da linha-6 Laranja do Metrô. Uma tubulação de esgoto se rompeu, causando a abertura de uma cratera na Marginal Tietê, altura da Freguesia do Ó, na Zona Norte.

 

O presidente do Instituto de Engenharia (IE), Paulo Ferreira, ao analisar as imagens da área afetada, deixa claro que há um exagero em ligar o incidente às fortes chuvas dos últimos dias. “Afinal, as chuvas passam pelas galerias que fluem para dentro da lâmina do rio”, completa.

 

Ferreira diz que o governo paulista está correto em dizer que houve uma interferência entre as obras do metrô e o interceptor de esgoto. “Este é um tubo de grande diâmetro, uma galeria que corre paralela à marginal direita do rio Tietê e que leva o esgoto de toda essa região até a estação de Barueri”, explica.

 

Para o especialista, inicialmente, o que parece ter acontecido é que com as obras do Metrô houve uma movimentação do solo, que provocou uma ruptura em algum lugar desse interceptor. “E isso lançou esse esgoto e fez essa cratera. Essa instabilidade se dá pela obra no local”, diz Ferreira.

 

Ele acrescenta que tatuzão, equipamento que faz a escavação do solo, provoca uma vibração intensa. Assim, essa vibração desestabilizou parte do terreno, que já foi mexido quando feita a galeria.

 

Preocupação ambiental x tempo

O perigo adicional, diz o presidente do IE, é com o esgoto sem tratamento que vazou. “O cuidado precisa se dar para quem está manuseando esse esgoto, para evitar qualquer tipo de contaminação”, reforça.

 

Outra questão é sobre o tempo para reparar os danos. Paulo Ferreira diz que para consertar esse estrago deve demorar, pois terão que abrir uma área grande. “Nesse período precisa desviar o esgoto para dentro do rio, abrir toda essa vala e refazer a galeria. Isso é obra para, pelo menos, dois meses”, projeta.

 

O presidente do IE ainda diz que uma parte da Marginal poderá ser liberada para o trânsito, sem problema algum, para evitar piora no fluxo da cidade. “Acho difícil que ceda mais partes na Marginal. O terreno já se acomodou. Exceto se houver nova ruptura”, pontua.

 

O especialista ainda lembra que esse caso foi diferente do ocorrido em 2007, noutra obra do Metrô, da Linha-4 Amarela, na região da Marginal Pinheiros. “Naquela ocasião não houve ruptura de uma estrutura. São situações diferentes. Ali na Marginal Pinheiros foi a queda de uma estrutura do canteiro de obras”, relembra.

 

No caso de 2007, sete pessoas morreram. Dessa vez, felizmente, nenhuma vítima fatal foi registrada. Dois funcionários tiveram contato com o esgoto e foram resgatados e medicados.

 

Sobre o Instituto de Engenharia

O Instituto de Engenharia (IE) é uma sociedade civil sem fins lucrativos. Em 2021 completou 105 anos de tradição, credibilidade e comprometimento com o desenvolvimento do Brasil.

 

O IE realiza estudos e debates temáticos para direcionar o desenvolvimento do país em áreas estratégicas como energia, mobilidade, logística, infraestrutura, tecnologia e agronegócios.