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Ferrovia X rodovia: Caciopar fará estudo para “vigiar” tarifas de transporte de cargas

12.06.2020 | | Notícias do Mercado

A Caciopar pretende acompanhar mais de perto os custos do transporte de cargas da região oeste até o Porto de Paranaguá. Para isso, um estudo mensal vai comparar os valores cobrados pela Ferroeste e do frete rodoviário

 

Foto: Fábio Donegá

Cascavel – A Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná) planeja um estudo mensal das tarifas de transporte de cargas. “A ideia é contratar uma consultoria que faça mês a mês o levantamento de valores de cargas transportadas para que possamos fazer um comparativo entre o transporte ferroviário e o rodoviário e conseguir chegar a um preço médio e mais competitivo para o transporte ferroviário”, explica o presidente da Caciopar, Alci Rotta Júnior.

Segundo ele, historicamente, o valor do transporte ferroviário por tonelada era pelo menos 20% abaixo do valor do rodoviário. Assim, esse estudo, baseado em custos, ajudaria a chegar a um valor que possa atrair mais empresas para esse tipo de modal. “A ideia-chave é mostrar que estamos vigilantes em relação a essa questão. Não queremos tabelar preços, mas tornar os valores públicos. Hoje a diferença entre os preços é muito pequena, mas a demora no transporte tem sido decisiva na contratação. No caminhão, o transporte ocorre em um dia, já pela ferrovia, chega a sete, oito dias. Então, precisamos tornar esse tipo de transporte mais atrativo”, enfatizou.

A iniciativa caminha devagar por conta da pandemia do novo coronavírus e porque a consultoria implica em gastos. Contudo, a Caciopar deve buscar parcerias com as federações da indústria (Fiep) e da agricultura (Faep), que podem colaborar com ajuda técnica de consultores. Se isso não se concretizar, a alternativa será contratar prossionais da área.

 

Mais competitividade

Rotta destaca a melhora no volume escoado pela Ferroeste nos últimos meses, mas arma que, “apesar de seguirmos um caminho de forma bacana”, o aumento do interesse na ferrovia aliado a uma melhora no preço fará com que as empresas regionais ganhem em competitividade.

“Melhorando o preço, vai fortalecer nossa ferrovia e, consequentemente, vai aumentar o movimento. Nosso objetivo é fortalecer as empresas locais, melhorando o custo e agilizando o processo do transporte dos produtos, para que consigam competir em questão de preço com outras empresas. Isso aquece a economia da região. É um modal que muitos países investem e veem resultado. Temos que insistir aqui nesse tipo de transporte para escoar a nossa produção”, frisou Rotta Júnior.

O presidente da Coopavel, Dilvo Groli, ressalta que a economia do custo com transporte poderia car para o produtor e o empresário da região. “A vantagem de ter uma ferrovia eciente e funcionando do oeste do Paraná até o Porto de Paranaguá é que teríamos uma economia de 30% das despesas com transporte. Esse valor caria com o produtor rural e o agronegócio, bem como para a economia de toda a região”.

 

Concessão

Uma das preocupações do setor do agro local é uma possível renovação da concessão do Estado com a Rumo, de forma que ela poderia absorver a Ferroeste e dominar de vez o transporte ferroviário.

Para Dilvo, uma renovação de concessão não pode jamais ocorrer de forma automática, “uma vez que haveria um monopólio que impediria a discussão de tarifa”.

Ele defende a abertura de licitação, para permitir a participação de mais interessadas, o que trará bons resultados para a região, como a redução da tarifa.

 

A Ferroeste

Segundo o diretor de Produção da Ferroeste, Gerson Almeida, o custo do transporte “varia muito com a quantidade de vagões disponíveis, custo do diesel, carga de retorno… Além do contrato operações especícas rmado com a Rumo em março deste ano… Então ca difícil precisar, mas nossa preocupação é com a sanidade econômica da Ferroeste, olhando muito os custos. O diesel, por exemplo, representa quase 35% do nosso custo total”.

 

Fonte: O Paraná

Data: 11/06/2020