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Governo federal prioriza o VLT

16.06.2020 | | Notícias do Mercado

Não há motivo para disputas e conflitos se nos orientarmos pelos preceitos éticos

 

VICENTE VUOLO é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró-VLT.

O presidente da República e o ministro da Economia assinaram decreto governamental que prioriza o transporte sobre trilhos para as cidades brasileiras.

Essa iniciativa é muito importante e segue a tendência mundial e as mais modernas políticas de mobilidade urbana, com ela o governo federal pretende introduzir projetos que proporcionem benefícios ambientais e sociais relevantes no setor de mobilidade urbana, notadamente, os sistemas de transporte público de baixo carbono como: Monotrilhos, Metrôs, Trens Urbanos e Veículos Leves sobre Trilhos – VLTs.

O Decreto nº 10.387 foi publicado dia 5 de junho de 2020, comemorativo ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Essa data foi criada pela Assembleia Geral das Nações pela Resolução nº 27, de 15 de dezembro de 1972, com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano.

A decisão do Governo Federal por optar pelo transporte limpo e saudável, reforça a ideia de que pensar no futuro é agir no agora.

No ano passado, na qualidade de Coordenador do Movimento Pró VLT Cuiabá – Várzea Grande, fui recebido em audiência pelo Secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, Doutor em Economia e conhecedor profundo na área de infraestrutura econômica.

 

A decisão do Governo Federal por optar pelo transporte limpo e saudável, reforça a ideia de que pensar no futuro é agir no agora

 

O Secretário de Fazenda do Ministro Paulo Guedes, estava acompanhado de dois diretores da pasta. Waldery confirmou seu apoio ao desenvolvimento de ferrovias e VLTs no país para buscarmos um equilíbrio no sistema de transporte. Segundo o Secretário de Fazenda, o Brasil não pode ser dependente apenas do modal rodoviário, isso conspira contra qualquer iniciativa de racionalização de sistemas de transporte. Qualquer planejamento de logística, é imprescindível, o conhecimento da eficiência dos modos de transporte em termos de energia limpa.

Ficou claro na conversa com Waldery sua preocupação com a sustentabilidade. Devemos alcançar o desenvolvimento para suprir as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras.

Portanto, só existe um caminho a seguir pelo Governo do Estado de Mato Grosso, em relação ao VLT de Cuiabá e Várzea Grande: a da sustentabilidade. O governo estadual deve incentivar a conservação do meio ambiente, o bem-estar social e o ganho econômico que não coloque em risco as futuras gerações.

Em tempos de Covid-19, as pessoas que mais sofrem são aquelas que apresentam problemas respiratórios causados, na maioria, pelos ônibus poluentes. Do jeito que está, com muita poluição, caos no trânsito e ônibus super lotados só agravam os problemas de saúde de nossa população.

De acordo com o Ministério Público Federal, o Grupo de Trabalho (GT) criado em junho de 2019, para definir a retomada das obras, deve satisfações a sociedade, tendo inclusive,  já passado da hora de entregar o relatório final dos estudos de viabilidade. É o que diz a Portaria publicada dia 15 de maio de 2020, assinada pela Procuradora da República Denise Slhessarenko.

Não há motivo para disputas e conflitos se nos orientarmos pelos preceitos éticos e pela boa política que coloca os interesses do povo acima dos interesses individuais. A urgência no restabelecimento da obra do VLT de Cuiabá-Várzea Grande tem por fundamento a boa administração de recursos públicos, pois a obra parada vai ficando cara porque se paga juros e parcelas de uma dívida que não está servindo para o povo, os equipamentos, as peças e as obras civis estão se desgastando e vão se perdendo. Mas a urgência se dá também em função da saúde do povo, da garantia de empregos e da renda do comércio da região afetada.

Há governantes que não acreditam que poderão ser responsabilizados por atos e omissões que gerem prejuízo ao povo, até hoje pode até mesmo ser essa a prática mais corriqueira, mas o país está mudando e o Ministério Público Federal tem sido diligente em observar o nexo direto entre as ações dos governantes e o seu impacto na realidade da população.

No caso do VLT, o prejuízo é certo. Alguém há de ser responsabilizado.

Mas não precisava chegar a isso, ao conflito e a responsabilização. Que se coloque imediatamente a obra em andamento e se entregue logo o VLT para o povo.

 

Fonte: Diário de Cuiabá

Data: 15/06/2020