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Nos trilhos do progresso

04.02.2020 | | Notícias do Mercado

A Estação Férrea de Campo Bom foi aberta em 15 de agosto de 1903. Era um prédio muito pequeno, de alvenaria medindo 12,10m x 3,55m, que dificultava o abrigo dos passageiros e o armazenamento de mercadorias. A ferrovia cortou a cidade ao meio, e mesmo antes de estar pronta, o comércio se revigorou devido aos trabalhadores na construção. O impulso na economia da região foi imediato.

A estação, já criticada por ser pequena demais no início, era conhecida como “velho galpão”, e sua substituição era uma reivindicação da comunidade que mobilizou-se para que fosse substituída por uma à altura do progresso que Campo Bom alcançara. O empresário Emílio Vetter, e seu irmão doaram o terreno e cem mil tijolos para a nova estação. A execução da obra foi confirmada em 02/04/1934 pelo diretor da Viação Férrea. O prédio foi construído obedecendo os requisitos de higiene, incluindo a construção de poço artesiano. Sua inauguração aconteceu em 11/04/1935, foi bastante festejada e o local passou a constituir-se como uma espécie de cartão de visitas de Campo Bom.

A Estação Ferroviária teve forte influência no desenvolvimento urbano de Campo Bom, na medida em que provocou um redirecionamento ocupacional dos tradicionais pontos de concentração populacional como Quatro Colônias, Morro das Pulgas (atual Bairro Rio Branco) e Porto Blos, para as imediações da Estação. Incialmente a “porta de entrada e saída” de Campo Bom era no bairro Porto Blos, onde a produção das olarias, e das as primeiras chinelarias- elas chegaram a destacar Campo Bom: falar em chinelos era falar na indústria campo-bonenses. Com o decorrer dos anos, as chinelarias se transformaram em fábricas de calçados- eram escoadas por balsas, e por onde chegavam mercadorias para o comércio. “Um ano após a inauguração da Estação, foi instalada nas suas proximidades a “Vetter S.A. Indústria e Comércio”, ampliando a produção e comercialização de calçados. A fábrica que ficava no atual Bairro Rio Branco mudou de local para agilizar o transporte das mercadorias e toda nossa economia, arquitetura urbanística foram alterados. Todo o comércio começou a se instalar ao redor da estação”, revela Evaldo Dreger, primeiro vice-prefeito e segundo prefeito de Campo Bom.

Mas as atividades no novo prédio duraram menos de trinta anos, pois os trens foram desativados com a estação e o trecho em 1965, juntos também foram os trilhos. Dois anos depois a Prefeitura já ocupava o prédio, primeiro instalando ali sua sede, depois a Câmara de Vereadores, após, a Biblioteca Pública Dr. Liberato e hoje abriga o espaço Cultural Dr. Liberato. Os dois últimos remanescentes desse processo de desativação da estação, são o ex-prefeito, Evaldo e o funcionário publico aposentado João Ademar da Silva, o “Chico Quinota”, 87. A eles coube a tarefa de derrubar as plataformas de acesso do trem à estação. “Recebi a orientação de passar com o trator por cima, assim o centro da cidade poderia ser liberado”, relembrou Quinota. Com essa medida foi possível reformular a área central de Campo Bom. “Toda a quadra da Estação Férrea foi refeita e institui a Avenida Adriano Dias”, relembra Dreger.

 

Fonte: A Gazeta Campo Bom

Data: 03/02/2020