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Opinião – A Bahia e seus corredores logísticos

15.09.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Correio
Data: 11/09/2022

A Bahia tem sua economia baseada em agricultura, pecuária, mineração, comércio e turismo.  Na safra 2021/2022, a Bahia produziu 6.94 milhões de toneladas de soja, 3,4 milhões de toneladas de milho, 538 mil toneladas de algodão em pluma e 808 mil toneladas de algodão em caroço. Nestas grandes culturas, foram mais de 11 milhões de toneladas a serem escoadas. Para que sejam produzidas, são necessários 2,1 milhões de toneladas de fertilizantes, que têm que ser internalizados pelos portos e direcionados à região oeste, ou seja, com frete de retorno.

Isto gera um grande desafio para a logística. A Bahia terá opções de escoamento ferroviário, quer seja pela FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste, importante corredor logístico, quer seja pela Ferrovia de Brumado ao Complexo de Aratu na Baía de Todos-os-Santos.

Como isto pode funcionar?  Os maiores municípios produtores de grãos da Bahia são Correntina, Luiz Eduardo Magalhães e São Desidério. Se for feita parte da FIOL 3 (que ligará Barreiras a Figueirópolis – TO), até Roda Velha, na BR-020, com extensão de 70 km a partir de Barreiras, poderemos transportar toda produção destes munícipios para o Porto Sul em Ilhéus como opção 1. Contudo, como acima afirmado, podemos também utilizar como opção 2, a FIOL – Roda Velha a Brumado e, de lá, alcançar o Complexo Portuário de Aratu, que hoje, através do Porto de Cotegipe, exporta cerca de 5 milhões de toneladas de soja e milho.

O trecho de Caetité a Barreiras está em construção e deverá ser licitado, possivelmente, em 2024. Com isto, será materializado o sonho dos produtores de grãos da Bahia, com redução significativa do valor de frete.
Também está sendo conduzido, pelo Governo Federal, o processo de renovação antecipada do Contrato de Concessão da Ferrovia Centro-Atlântica – FCA, que prevê investimentos em diversas localidades, por meio do valor de outorga.

Analisando as últimas publicações na imprensa e após conversar com algumas lideranças locais sobre o processo de renovação da FCA, entendo que a renovação da concessão pode trazer um novo olhar para a ferrovia baiana desde já. Por que precisamos esperar até 2026 para pensar o que será feito na Bahia? Esperar até lá pode ser um caminho que não trará Fiol 2, Fiol 3 até Roda Velha, atendendo o oeste, o acesso ferroviário de Aratu e, principalmente, uma possível ligação dos grãos com a segunda maior baía do mundo.

Assim, precisamos olhar com atenção a renovação antecipada do Contrato de Concessão da FCA, tão prioritária quanto as demais ferrovias que já foram renovadas no Brasil, trazendo as perspectivas acima apresentadas como forma de dar solução à malha ferroviária do Estado. Os grãos precisam chegar aos portos por ferrovia.

 

Edeon Vaz Ferreira é consultor sênior em Infraestrutura e Logística, especialista em Gestão Estratégica de Negócios e diretor executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja – Associação Brasileira dos Produtores de Soja