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Opinião – Editorial: Não podemos perder o trem

05.12.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: O Diário de Mogi
Data: 02/12/2022

Vale ficar de olho em duas notícias sobre a retomada do transporte ferroviário de cargas e passageiros pelo governo de São Paulo. Acentuaríamos, até, que essa dica vai especificamente para os cinco deputados federais e estaduais eleitos pela região do Alto Tietê, a quem interessa não ficar de fora dessa corrida pelo trem.

Nesta semana, a Assembleia Legislativa aprovou lei para a recriação do Departamento Ferroviário do Estado que terá como atribuição regulamentar as “shortlines”, linhas de trajetos menores no território paulista, que tem desejado a aceleração desse modal seguro, mais barato e gerador de menos poluição.

Além disso, o governo do Estado deu alguns passos para destravar o projeto junto ao Ministério da Infraestrutura e conseguir lançar a licitação do Trem Intercidades, que levará passageiros entre São Paulo e Campinas, num trajeto priorizado, entre outras coisas, pela força econômica e política da região que detém 40% da população paulista e participação estimada em 74% do PIB estadual.

Esses projetos miram a expansão do transporte de massa e baratear o transporte de cargas e de passageiros, além da recuperação de metade da malha ferroviária que se encontra fora de uso por falta de investimentos.

O deslinde do Trem Intercidades, o TIC, traz novo alento para a volta dos trens de passageiros que avançou no eixo metropolitano mas, não atingiu as bordas, as demais regiões.

Isso tudo ocorre no apagar das luzes do governo de Rodrigo Garcia (PSDB), que poderia ter feito muito mais, desengavetando esse plano cotado para movimentar a economia estadual, o meio ambiente e a mobilidade das pessoas.

A questão, agora, é saber se haverá interesse do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em tocar tais planos adiante. Ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, ele é considerado um tocador de obras e já se mostrou interessado na questão ferroviária.
Pelo menos durante a campanha, quando o assunto era um trunfo e tanto diante do eleitorado e do empresariado interessado na volta dos trens e na oferta de opções aos ônibus e trens, para os passageiros, e a extrema dependência dos caminhões.

Aqui entram os deputados eleitos para defender os interesses do Alto Tietê. Anteriormente, o Trem Intercidades atenderia Campinas e o Vale do Paraíba – e, de Mogi das Cruzes, muito pouco se falou mesmo diante da proximidade geográfica com São Paulo e São José dos Campos. Aos poucos, no entanto, a nossa vizinhança também desapareceu desse holofote.

Todos os eleitos têm contato com o governador da base bolsonarista ou com nomes do novo governo, como Gilberto Kassab. A movimentação do quinteto formado por Bertaiolli, Damasio, Alvino, Gambale e André do Prado pode ser determinante para que a região entre nesse jogo e sonhe com a inclusão nessa retomada do transporte ferroviário.

Uma carta na manga, esses representantes possuem. O Governo do Estado deve a Mogi por tê-la excluído da modernização das estações. Tomara que a cidade e região não fiquem isoladas, mais uma vez, no futuro que pode demorar, mas vai chegar.