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Tarcísio afirma que vai terminar obras do Monotrilho e que pretende privatizar mais linhas do Metrô e da CPTM

23.01.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: G1
Data: 23/01/2023

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), informou em entrevista exclusiva ao SP2 nesta sexta-feira (20), que vai investir quase R$ 3 bilhões para finalizar as obras da Linha 17-Ouro do Monotrilho.

A linha está em construção há 10 anos. Segundo Tarcísio, sua equipe analisou contratos e projetos e chegou à conclusão de que o grande problema para a finalização das obras está na área civil, na construção das estações e da via do Monotrilho.

Segundo Tarcísio, a obra deveria estar sendo realizada por cerca de 1.200 funcionários, mas, atualmente, 400 trabalhadores estão nos canteiros.

Em relação ao atraso, o governador informou que o atual consórcio responsável pelas estações e pelas vias está sem dinheiro para a compra de materiais, principalmente de estrutura metálica.

“Uma das alternativas é tirar a estrutura metálica do contrato. O estado adquire a estrutura metálica, e a empresa faz a montagem. Outra alternativa é tirar a empresa do contrato – já que ela não tem fôlego financeiro – e chamar a terceira colocada. E vamos fazer uma nova licitação. Então, é essa análise que a nossa equipe vai fazer e em pouco tempo teremos uma linha de ação. Vamos correr para andar com essa obra o mais rápido possível, ninguém aguenta mais a Linha 17 do jeito que está”, afirmou Tarcísio.

“Não vou me comprometer com prazos agora porque gera mais ansiedade. Entendo que a população já foi muito maltratada com frustrações e promessas sucessivas. Então não quero fazer promessas que depois não vão ser cumpridas. Estamos colocando tudo no papel, fazendo simulações e ensaiando alternativas para entregar essa obra o quanto antes”, continuou.

O governador também reconheceu que são graves as falhas na operação de trens nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, da ViaMobilidade. E disse ainda que, na próxima segunda-feira (23), irá se reunir com a empresa para cobrar prazos e metas de investimento. A partir disso, vai decidir se mantém ou rescinde o contrato com a concessionária, como pede o Ministério Público (MP-SP).

“A impressão que me dá é que o investimento é insuficiente. Eles subestimaram a complexidade de uma operação no sistema de alta capacidade, com muita demanda e que já tinha uma certa depreciação em termos de qualidade de via e material rodante. A reunião tem como objetivo justamente fazer esse ajuste, entendo que a gente tem que caminhar para um grande ajuste para ver se vai ser viável a continuação deste contrato”, afirmou.

“Toda decisão que vai ser tomada com essa questão terá que ser tomada com muito cuidado. Porque, eventualmente, a gente vai partir para uma caducidade, e a CPTM terá que reassumir essas linhas”, avaliou.

O governador informou ainda que pretende privatizar mais linhas da CPTM e do Metrô. “[Mais privatizações] estão no radar, sim. Mais concessões de linha da CPTM, mas temos que pensar que tipo de contrato vamos colocar na rua para que não tenhamos os mesmos problemas das linhas 8 e 9. Temos que fazer uma previsão de investimento quando for fazer o modelo [do contrato]. Eu entendo que são serviços que podem ser prestados com mais qualidade pelo setor privado.”

Tarcísio afirmou que pretende terminar, até 2026, as obras do trecho norte do Rodoanel Mário Covas. Disse também que planeja finalizar as obras da Linha 6-Laranja do Metrô e avançar nas obras das linhas 2 e 15. “Temos que pensar em tirar o Metrô da cidade de São Paulo para atender também a região metropolitana.”

Sobre a visita ao Fórum Econômico em Davos, na suíça, o governador disse que estão assegurados R$ 10 bilhões em investimentos nos próximos anos nas áreas de celulose, produtos farmacêuticos, mobilidade urbana e centros de pesquisa.

O que dizem as concessionárias

O Consórcio Monotrilho Ouro informou que está em negociação com o Metrô e com o governo de São Paulo para buscar reequilíbrio financeiro do contrato. Disse ainda que “ajustes dessa natureza são essenciais para a continuidade da obra”. Alegou também que os preços de matéria-prima aumentaram muito devido à pandemia e à guerra na Ucrânia.

A ViaMobilidade informou que, no primeiro ano de contrato, investiu R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9. E que, em três anos, o valor dos investimentos deve chegar a quase R$ 4 bilhões. Também disse ter comprado 36 trens, que devem chegar nos próximos meses.