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Tora aplica R$ 75 milhões em expansão e avalia aquisições

10.05.2021 | | Notícias do Mercado

Valor Econômico - 10/05/2021

Dinheiro vai para ampliação de frota e terminais rodoferroviários; com aquisições, empresa que ganhar musculatura para futura oferta pública de ações na Bolsa

 

Reprodução: Site da Tora

A Tora, operadora de logística com atuação nos segmentos de transporte rodoviário, terminais multimodais e recintos alfandegados, investe neste ano R$ 75 milhões do seu caixa em ampliação de frota e terminais rodoferroviários. A companhia também negocia novas aquisições. O objetivo é ganhar musculatura para uma futura oferta pública de ações (IPO).

O investimento contempla a compra de 160 carretas e 92 cavalos mecânicos (caminhão sem a carreta). A frota atual da Tora é de 450 cavalos mecânicos e 2 mil carretas. “Também está em avaliação investimento em terminais para ampliar a capacidade operacional”, disse Janaína Araújo, diretora-presidente da Tora.

A empresa já contratou um banco para ajudar na análise de empresas e espera fechar duas aquisições neste semestre. No foco estão operadores logísticos com atuação complementar à da Tora, seja em setores atendidos, seja em região geográfica, segundo Janaína.

Dona de uma receita de R$ 670 milhões em 2020, a Tora prevê atingir neste ano receita superior a R$ 1 bilhão. Esse salto será possível graças à demanda aquecida de clientes tradicionais das áreas de siderurgia, mineração e automotiva, e à ampliação da carteira com a conquista de clientes nos segmentos farmacêutico, de bens de consumo e alimentos. A Tora passou a atender essas áreas com a compra da Nova Minas Logística, em novembro de 2020.

“Essa previsão de receita inclui um crescimento orgânico de 20% e a receita da Nova Minas, que no ano passado foi de R$ 130 milhões”, afirmou Janaína. A executiva acrescentou que no primeiro trimestre as vendas ficaram 10% acima do previsto.

Esse desempenho está em linha com a média do mercado. Cesar Meireles, presidente da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), disse que o setor tem crescido, em média, 24% ao ano. O maior impulso vem das áreas de comércio eletrônico, setor farmacêutico e agronegócio. Em 2020, o setor faturou R$ 100,8 bilhões.

Na visão de Janaína, a Tora precisa ganhar musculatura para concorrer com outros grupos que têm ações na B3, como a Sequoia Logística (que teve receita de R$ 998,1 milhões em 2020), Grupo JSL (R$ 3,4 bilhões) e Wilson Sons (US$ 413,6 milhões). A executiva disse que a Tora investiu nos últimos anos na melhora da sua governança e planeja abrir o capital em até três anos. A empresa é controlada pelo fundador Paulo Sergio Ribeiro da Silva.

Além da frota, a Tora opera sete terminais multimodais próprios em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e um em Uruguaiana (RS), na fronteira com a Argentina. A empresa é dona do recinto alfandegado Clia (Centro Logístico Industrial Aduaneiro), de 75 mil metros quadrados de armazenagem e ramal ferroviário interligado aos portos de Santos, Vitória e Rio de Janeiro. Possui ainda centro de logística integrada em Contagem, com 35 mil metros quadrados de área de armazenagem e 61 filiais.

A companhia responde por aproximadamente 40% das importações via portos secos em Minas Gerais. Em março, a operadora fechou um acordo de cooperação com o governo da Argentina, para incentivar os negócios de empresas argentinas em Minas Gerais. As importações terão desconto de pelo menos 15% no Clia. Em 2020, as exportações de Minas para a Argentina somaram US$ 666 milhões e as importações totalizaram US$ 534 milhões. Janaína estima um aumento de pelo menos 30% nos negócios com a Argentina.

Em logística integrada de contêineres e multimodal, a Tora tem buscado parcerias. A empresa já opera serviços multimodais com a MRS Logística e com a VLI.