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Metrô: Lei autoriza SP a contrair empréstimos de R$ 2,2 bi para expansão de duas linhas; veja quais

17.12.2025 | | Notícias do Mercado

Fonte: Estadão
Data: 16/12/2025

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) promulgou na segunda-feira, 15, lei que autoriza o Estado a contrair empréstimos de até US$ 425 milhões para a expansão das Linhas 2-Verde 6-Laranja de metrô. Essa ampliação contempla bairros do centro expandido e da zona leste da cidade de São Paulo, como Aclimação, Mooca e Penha, assim como a extensão da operação até Guarulhos.

Esse montante equivale a cerca de R$ 2,2 bilhões em operações de crédito junto a instituições financeiras, agências multilaterais, bancos privados, organismos multilaterais e agências de fomento nacionais e estrangeiros. A lei indica os seguintes aportes para a área de mobilidade e transporte:

PPP dos Sistemas de Travessias Hídricas do Estado de São Paulo: US$ 175 milhões (equivale a R$ 943,6 milhões).

Obras Civis da Expansão da Linha 2-Verde: US$ 100 milhões (equivalente a R$ 539,2 milhões);

Implantação e Expansão da PPP Linha 6 – Laranja do Metrô de São Paulo: € 312.680.392 ou US$ 325 milhões (equivalente a R$ 1,9 bilhão);

A lei ainda autoriza empréstimos de R$ 750 milhões (o valor é diretamente indicado em reais) para o Programa de Apoio à Gestão e Integração dos Fiscos no Brasil (Profisco). O programa é promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a Estados para melhoria da eficiência e transparência da gestão fiscal.

Por fim, também permite operação de crédito de até US$ 160 milhões (equivalente a R$ 862,7 milhões) para o Agro Paulista Mais Verde. Trata-se de um projeto de desenvolvimento rural sustentável. A lei foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 16.

Expansão da Linha 6-Laranja

A autorização envolve a expansão da Linha 6-Laranja, a qual ainda está com a primeira etapa em implantação na cidade de São Paulo. Hoje, a concessionária responsável realiza as obras do trecho de Brasilândia, na zona norte, até São Joaquim, no centro expandido, o que representa 15,3 quilômetros de extensão.

As primeiras estações devem ser inauguradas no 2º semestre de 2026. As obras e futura operação são de responsabilidade do consórcio Linha Uni, liderada pela multinacional espanhola Acciona, que também deve ser responsável pela expansão contemplada na nova lei. Por isso, o valor indicado na lei está primeiramente em euros, não em dólares.

Expansão

Em novembro, a concessionária obteve licença ambiental de instalação para a extensão da linha. Esse aval é da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com validade de seis anos.

A nova lei promulgada permite a obtenção de empréstimo para a expansão. Essa ampliação contempla sete novos quilômetros, distribuídos nas duas “pontas”, nas direções norte e leste. As seis novas estações previstas são:

  • Velha Campinas (distrito Pirituba – zona norte);
  • Morro Grande (divisa dos distritos Pirituba, Brasilândia e Freguesia do Ó – zona norte);
  • Aclimação (distrito Liberdade – centro expandido);
  • Cambuci (distrito Cambuci – centro expandido);
  • Vila Monumento (distrito Cambuci – centro expandido);
  • São Carlos (divisa dos distritos Ipiranga e Mooca – zona leste).

Com a expansão, a Linha 6-Laranja passaria a ter conexão direta também com a Linha 10-Turquesa, da CPTM. Além disso, as estações São Carlos e Aclimação estão igualmente nos estudos da Linha 16-Violeta, desenvolvidos pela Acciona.

No sentido leste, a obra de expansão deve utilizar tuneladora (o “tatuzão”). Já as duas estações na zona norte têm previsão de implantação com método de escavação sem maquinário desse porte (por causa do solo rochoso).

Os estudos de viabilidade e vantajosidade da expansão foram incluídos no contrato do governo do Estado com o consórcio responsável pela construção da linha em julho. O aditivo também estabelece regras para a “liberação de imóveis públicos e privados necessários à implantação” da mesma expansão, dentre outros procedimentos.

A Acciona está, ainda, envolvida com a Linha 16-Violeta, pela qual recentemente entregou os estudos que irão embasar a licitação — cujo contrato deve ser assinado no ano que vem. A ideia é englobar áreas movimentadas da cidade, como o Parque do Ibirapuera, Moema, Anália Franco e Jardins.

A concessionária já está realizando estudos para a expansão da Linha 6, como análises de demanda, viabilidade técnica e integração com outros modos de transporte. Esse momento abrange ainda atividades de campo na “área de influência”, o que inclui vistoria cautelar de imóveis e estruturas, cadastro de árvores, avaliação de impacto a bens tombados e mapeamento socioeconômico.

Os locais de possível desapropriação para essa fase ainda estão em definição. Desse modo, ainda não ocorreu publicação de Declaração de Utilidade Pública (DUP).

Expansão da Linha 2-Verde

A ampliação da linha envolvem diferentes fases. As obras hoje em andamento contemplam oito novas estações na zona leste, o que deve representar 320 mil novos passageiros, segundo o Metrô.

Isso representará acréscimo de 8 quilômetros, chegando à extensão de 23 quilômetros. A previsão é de entregas em 2027 e 2028. São elas:

  • Orfanato – distrito Vila Prudente;
  • Santa Clara – distrito Água Rasa;
  • Anália Franco – distrito Vila Formosa;
  • Vila Formosa – distrito Vila Formosa;
  • Santa Isabel – distrito Carrão;
  • Guilherme Giorgi – distrito Carrão;
  • Aricanduva – distrito Vila Matilde;
  • Penha – distrito Penha.

Já a fase seguinte de expansão envolverá cinco estações, distribuídas entre os distritos Penha e Vila Maria, na zonas leste e norte, e com paradas também em Guarulhos, na região metropolitana. Esse montante representa mais 5,8 quilômetros de trajeto.

Hoje, a Linha 2–Verde se estende da Vila Madalena, zona oeste, até a Vila Prudente, na leste, e tem 14,7 quilômetros.