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Com temor de baixa demanda, governo deverá remunerar operação dos trens expressos do TIC Campinas

21.09.2023 | | Notícias do Mercado

Portal: Metrô CPTM
Data: 21/09/2023

A implantação do Trem Intercidades (TIC) entre São Paulo, Jundiaí e Campinas é uma das metas prioritárias para o governo do estado. Entretanto, a iniciativa privada está resistindo ao projeto atual e atua para modificar os pilares do contrato.

Além da preocupação com o financiamento público do projeto, que deverá sofrer reajuste com maior participação do estado, as questões relativas à demanda do TIC também incomodam.

Segundo reportagem publicada pela Revista Ferroviária, o governo do estado pretende bancar parte da operação do TIC. A ideia é que, a partir da publicação do novo edital, a nova regra possa diminuir o risco do futuro operador privado.

A decisão teria sido justificada como um catalisador positivo na tomada de financiamentos por parte da operadora privada, já que haveria aumento no fluxo de caixa.

Originalmente o governo do estado planejava fazer com que o risco de demanda do TIC fosse assumido inteiramente pela futura concessionária, cabendo a ela definir as tarifas e arcar com todos os custos do serviço, sem qualquer tipo de contribuição do estado.

As questões relativas à demanda também são postas na mesa. Neste caso, dois aspectos importantes poderiam influenciar a utilização do Trem Intercidades: A competição com o Trem Intermetropolitano (TIM) e a confiabilidade da demanda no longo prazo.

No que se refere à competição com o TIM, pressupõe-se que o passageiro opte por usar o serviço parador entre Campinas e Jundiaí para assim tomar o trem expresso, com uma tarifa menor, até São Paulo.

Isso significa que os passageiros, em vez de usarem o TIC diretamente de Campinas, fariam uso do serviço TIM e baldeariam em Jundiaí para economizar. Segundo a reportagem da Revista Ferroviária, a economia seria de R$ 15 por viagem. O tempo, entretanto, aumentaria em 15 minutos.

Noutro aspecto, a confiabilidade dos indicadores de passageiros transportados no serviço expresso, que indica demanda de 60 mil passageiros ao dia, é questionada. Os entes privados põem em xeque a solidez da previsão, visto que ao longo dos anos de construção do TIC, que deverá operar em meados de 2031, a demanda possa se alterar.

Isso significa que existem receios de que o fluxo de passageiros se mude devido às mudanças no dinamismo entre as cidades. Ao longo dos anos, mais ou menos pessoas podem habitar Campinas, empresas podem ou não se instalar na região, o que poderia gerar motivos e fluxos de viagens divergentes.

Em resumo, existe um verdadeiro temor de que as previsões do governo estejam equivocadas, o que se reflete em oferecer condições mais sólidas para atrair o investidor privado.

Neste caso, as condições de segurança seriam justamente aumento do aporte público que mitigue os riscos do operador privado. O resto, como ressalta Rafael Benini à Revista Ferroviária, dependerá da criatividade do operador privado em estabelecer um modelo de negócios atraente para os futuros passageiros.