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Exclusivo: Brookfield põe fatia de 26,5% da VLI à venda

11.10.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 09/10/2023

A gestora canadense Brookfield está colocando à venda a fatia de 26,5% que detém na empresa logística VLI. A companhia, dona da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), tem entre os seus acionistas a Vale (29,6%), o FI-FGTS (15,9%), o grupo japonês Mitsui, com 20%, e o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ), com 8%.

O Valor apurou que o Citi foi contratado pela Brookfield, que adquiriu a participação que pertencia à Vale na companhia há dez anos. A fatia da gestora canadense é avaliada entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

Fontes a par do assunto afirmaram que a Brookfield busca vender a fatia na companhia por considerar o investimento já maduro. A gestora já começou a fazer sondagens no mercado.
A participação da Brookfield deverá atrair o interesse de outros fundos, incluindo os de pensão do Canadá, como CPP Investments e CDPQ, além dos soberanos de outros países.

A participação da Brookfield deverá atrair o interesse de outros fundos, incluindo os de pensão do Canadá, como CPP Investments e CDPQ, além dos soberanos de outros países.

Em 2013, a Vale anunciou a venda 35,9% de sua empresa de logística VLI para a japonesa Mitsui e o fundo de investimentos do FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal, por R$ 2,7 bilhões. No mesmo ano, embolsou R$ 2 bilhões com a venda cerca de um quarto da companhia para a canadense Brookfield.

Em 2020, o braço de participações do BNDES, o BNDESPar, pagou R$ 1,22 bilhão por 8% da VLI, que foi avaliada em R$ 15,5 bilhões à época.

O grupo teve em 2022 um prejuízo de R$ 2,1 bilhão, contra prejuízo de R$ 190 milhões no ano anterior. O resultado negativo, segundo a empresa, se deveu a um efeito contábil, sem impacto no caixa, decorrente do reconhecimento de uma depreciação maior do que a registrada na concessão da FCA (Ferrovia Centro Atlântica). A receita líquida do grupo foi de R$ 7,65 bilhões, e o Ebitda foi positivo em R$ 1,9 bilhão, contra R$ 2,8 bilhões em 2021.

A VLI opera duas concessões ferroviárias: o trecho norte da Norte-Sul e a FCA (Ferrovia Centro Atlântica). A primeira é o principal ativo da companhia, dado que a concessão da FCA é deficitária e está próxima do vencimento.

Em entrevista ao Valor em abril, o presidente interino e diretor financeiro do grupo, Fabio Marchiori, informou que a VLI trabalha para concluir a renovação antecipada da FCA ainda em 2023. O processo, iniciado ainda no governo anterior, tem sido marcado por conflitos entre os Estados cortados pela malha e pelo ritmo lento, o que já coloca em xeque a operação.

A concessão da VLI vence em 2026. A proposta é renovar antecipadamente o contrato, por mais 30 anos, em troca de investimentos na ordem de R$ 14 bilhões, além do pagamento de uma outorga de R$ 3,3 bilhões — os valores se referem a 2020 e, agora, terão que ser revistos.

Procuradas, Brookfield e Citi não comentam. A VLI não vai se pronunciar sobre o assunto.