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Metrô rescinde contrato de obras da Linha 17 com Consórcio Monotrilho Ouro

22.05.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Portal Metrô CPTM
Data: 22/05/2023

O Metrô de São Paulo finalmente formalizou a rescisão unilateral do contrato de obras civis remanescentes da Linha 17-Ouro junto ao Consórcio Monotrilho Ouro. O termo foi publicado pela companhia nesta sexta-feira, 19, após envio de carta à empresa em 9 de maio.

Formado pelas empresas KPE e Coesa Engenharia, o consórcio iniciou os trabalhos em dezembro de 2020 e deveria ter concluído a construção de sete estações (Aeroporto de Congonhas, Brooklin Paulista, Washington Luís, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan) e do Pátio Água Espraiada, além de serviços secundários.

O prazo oficial era justamente em meados de 2023, mas o que se vê ao longa das avenidas Roberto Marinho, Washington Luís e Marginal Pinheiros é um cenário para lá de conhecido: estruturas incompletas e abandonadas há mais de uma década.

A Coesa Engenharia assumiu o contrato após uma longa disputa judicial em que conseguiu desclassificar a vencedora original, a Constran, alegando que a empresa não tinha condições de executar o serviço, orçado em cerca de R$ 500 milhões.

Mas logo que assumiu, a construtora, que é parte do que sobrou da famosa da outrora gigante OAS, mostrou pouco ímpeto. Em vez de resolver situações que se prologavam há anos como instalar coberturas nas estações, a Coesa realizou acabamentos e obras menores.

Sem fôlego financeiro, a Coesa ganhou a companhia da KPE, também derivada da OAS, já em julho de 2021. A promessa era acelerar os trabalhos, porém, com exceção do lançamento de vigas-trilho no trecho da Marginal, pouco se viu desde então.

O imenso Pátio Água Espraiada chegou a receber a cobertura metálica, mas que não foi concluída. O consórcio também fabricou vigas-guia no local, mas cujo serviço ficou pelo caminho.

Sem perspectivas de resolver a situação, a atual gestão decidiu rescindir o contrato. Em março, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o Metrô buscaria outra solução, entre elas uma nova licitação, oferecer o serviço para a ViaMobilidade (que irá operar o ramal) ou convidar outros consórcios que participaram da licitação em 2019.

Multa e suspensão em novas licitações, mas após novo contrato assinado

Trata-se do terceiro grupo a assumir as obras de estações e pátio desde o início do projeto, em 2012. Inicialmente, o serviço estava a cargo do Consórcio Monotrilho Integração, mas que foi afastado pelo Metrô. Mais tarde, outro consórcio, o TIDP, ficou à frente do empreendimento, mas também não foi muito longe.

Logo que assumiu o cargo, o ex-governador João Doria (sem partido) determinou a rescisão do contrato e lançou duas licitações, de obras civis e de sistemas – esta última, após embate judicial, segue avançando com a empresa chinesa BYD.

A ironia da rescisão anunciada pelo Metrô é que nem KPE nem Coesa Engenharia poderão participar de novas licitações nos próximos dois anos, além de terem de pagar uma multa pelo não cumprimento do contrato. Na prática, no entanto, o grupo Coesa acaba de assinar contrato de meio bilhão de reais com o mesmo Metrô para construir a estação Ipiranga, da Linha 15-Prata.

Espera-se que a história na Zona Leste tenha um desfecho diferente do monotrilho da Zona Sul.