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Pandemia deve puxar novas tendências de consumo e transporte, diz Instituto Travessia

04.08.2020 | | Notícias do Mercado

Foto: Reprodção/Youtube

A adoção do home office desde o início da pandemia do novo coronavírus pode consolidar novas tendências de vida e consumo, sobretudo nas classes mais ricas da população, segundo o sócio-proprietário do Instituto Travessia, Renato Dorgan Filho. Elas incluem menos uso de transporte coletivo e veículo próprio e aumento da demanda pelo comércio local, , em especial com serviços de alimentação.

“O home office puxa várias tendências, é uma volta a uma vida de umas quatro décadas atrás, aquele negócio de você almoçar na casa da sua avó, e depois volta para casa, seu pai está ali, você, mesmo trabalhando, uma coisa mais local, mais próxima, mudaria muita coisa. É uma europeização da vida, só que a gente tem que lembrar sempre que isso vai atingir principalmente as classes mais altas, principalmente a classe média e a classe média alta”, afirmou Dorgan Filho na Live do Valor nesta sexta-feira.

Essas e outras mudanças foram detectadas por uma pesquisa de opinião pública sobre o tema realizada pelo instituto com exclusividade para o Valor.

Quarenta e cinco por cento dos trabalhadores informaram ter trabalhado de casa durante a pandemia. “Foi uma pesquisa realizada nas grandes capitais. Possivelmente, esse percentual cairia se a amostra fosse nacional”, disse Dorgan Filho.

O levantamento indicou que, caso o home office seja estendido ou continue por algum tempo, há intenção da população de usar menos ônibus, metrô e carro. “Isso é uma mudança na mobilidade urbana das grandes cidades, que têm trânsito complicado, metrô e linhas de ônibus abarrotados”, afirmou.

Parte dessa melhora na qualidade de vida também virou aumento de produtividade, detectado por 33% dos entrevistados. “É um profissional mais descansado, mais seguro e tranquilo”, disse, destacando que isso se aplica principalmente para quem ganha a partir de 5 salários mínimos.

“Isso é um corte muito mais das classes B e A e parte da C. A classe mais baixa fez menos home office, está mais aflita e teve mais problemas”, considerou.

As desigualdades também podem ser estendidas para a educação. “As escolas particulares tiveram adesão razoável de atividades remotas, os pais estão relativamente satisfeitos, embora faltem uma série de questões para a educação, como o convívio. Já na escola pública é muito mais difícil e complexo, há problemas de conectividade de internet, a aparelhagem não existe e os pais têm mais dificuldade de acompanhar”, destacou.

 

Fonte: Valor

Data: 31/07/2020