27.10.2025 | ABIFER | Notícias do Mercado
Fonte: A Gazeta Data: 24/10/2025
A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) está avaliando as propostas feitas pelos governos do Espírito Santo e Minas Gerais para a construção do contorno ferroviário de Belo Horizonte em substituição ao da Serra do Tigre. Essa alternativa é um pedido dos Estados para ser realizada a renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela VLI, até 2056.
A negociação prevê a extensão da vigência por mais 30 anos, com investimentos de cerca de R$ 30 bilhões. O ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a informar que a decisão sobre o caso sairia até agosto, mas o contrato segue em avaliação na ANTT, que analisa o pedido do Espírito Santo feito com Minas Gerais.
Durante evento no Estado para liberação de um trecho de sete quilômetros de duplicação da BR 101 entre Guarapari e Anchieta, o diretor da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, afirmou que renovação da FCA está atualmente em fase de refinamento na agência, ressaltando que ainda há tempo hábil para analisar os pedidos dos Estados antes da decisão final.
“Nós estamos refinando o trabalho, vendo que está aderente e o que precisa melhorar para mandar pro Tribunal de Contas da União. Estamos dialogando com a concessionária e com os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo para ver a melhor forma de endereçar esse anseio”, afirmou Sampaio, sobre incluir os pedidos dos Estados na avaliação final da renovação do contrato.
Para o governador Renato Casagrande (PSB), a principal questão em debate é a inclusão de obras estruturais no projeto de renovação, como o contorno de Belo Horizonte. Casagrande lembrou que o Estado está debatendo essa questão com o Ministério dos Transportes visando uma ferrovia mais moderna.
A proposta é a construção do contorno ferroviário de Belo Horizonte, que passaria por Vespasiano e Itabira. Esse ramal substituiria a ideia inicial do contorno da Serra do Tigre, em Minas Gerais, que previa a construção de um trecho ferroviário com mais de 450 quilômetros, um investimento que vem sendo descartado por ser considerado de alto valor. O objetivo desse contorno é melhorar a ligação entre o Centro-Oeste, o Estado mineiro e o Espírito Santo.
A FCA tem traçado no Espírito Santo. A VLI, porém, não usa o trecho local. Apenas transporta cargas por direito de passagem na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), controlada pela Vale.
A concessão atual da FCA expira em agosto de 2026. A ferrovia tem 7,2 mil quilômetros de extensão e cruza os Estados de Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.