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Ao menos seis grupos podem participar da licitação de obras da Linha 19-Celeste

14.07.2025 | | Notícias do Mercado

Fonte: Portal Metrô CPTM
Data: 12/07/2025

Os leilões de obras civis da Linha 19-Celeste do Metrô, que ligará Guarulhos ao centro da capital paulista, devem ser amplamente disputados por grupos nacionais e estrangeiros. É o que apurou o jornal Valor Econômico, citando fontes.

Os pregões eletrônicos estão marcados para os dias 22, 23 e 24 de julho, com um lote por dia.

Segundo a publicação, ao menos seis grupos estão analisando a licitação, de 15 que participaram das visitas técnicas promovidas pela companhia estadual.

A reportagem cita como prováveis concorrentes os consórcios Acciona e Construcap, a Mendes Junior com a PowerChina, a Sacyr em parceria com a Engibras, além da Andrade Gutierrez, a Álya (antiga Queiroz Galvão) e a OHLA.

Acciona, Sacyr e OHLA são espanholas e as duas primeiras têm atuado em várias obras no país. A PowerChina passou a ser sócia da Mendes Junior nos contratos da expansão da Linha 2-Verde até Guarulhos.

A Álya está envolvida sobretudo nas obras da Linha 15-Prata de monotrilho enquanto a Andrade Gutierrez marcaria um retorno às licitações do Metrô após problemas ligados a contratos rescindidos e suspeitas de conluio nas obras da Linha 5-Lilás.Os nomes citados pelo Valor, aliás, incluem várias empresas que foram afetadas pela operação Lava Jato. Como o edital exige experiência com operação de tuneladoras, esses grupos naturalmente tornaram-se candidatos.

Três tatuzões e custo acima de R$ 20 bilhões

O artigo do jornal estimou a implantação da Linha 19-Celeste em ao menos R$ 20 bilhões, mas esse valor deve ser maior, na opinião deste site.

Serão cerca de 17 km de vias e 15 estações entre o centro de Guarulhos e o Anhangabaú, em São Paulo. Ou seja, uma extensão um pouco maior que a da Linha 6-Laranja, cujo preço já é estimado em R$ 19 bilhões.

O ramal construído pela Linha Uni, no entanto, é uma Parceria Público-Privada, cujo retorno financeiro deverá vir da operação e de serviços associados. Já a Linha 19 será contratada pelo Metrô com grupos que já incluirão a margem de lucro em suas propostas.

Construção “estatal”, operação privada

O Metrô decidiu realizar pela primeira vez uma licitação dividida em três grandes lotes, cada um contendo um tatuzão. A estratégia visa acelerar as obras já que eles poderão avançar simultaneamente – na Linha 2, a companhia preferiu utilizar uma tuneladora em dois trechos diferentes.

Mas por exigir experiência com esse tipo de equipamento, o Metrô condicionou as concorrentes a encontrarem um parceiro que já atuou nesse tipo de atividade.

A expectativa é que os contratos sejam assinados ainda em 2025 e que desapropriações e projeto executivo avancem até o começo do segundo semestre, quando haveria a mobilização dos canteiros de obras.

Se não houve imprevistos, a Linha 19-Celeste será entregue em 2031, mas essa hipótese é bem pouco provável. Com contratos de valor elevado em jogo, uma possível disputa jurídica não está afastada.

A complexidade do edital e as fontes de financiamentos também pode atrasar o cronograma e limitar a concorrência, segundo ouviu o jornal.

A despeito de ser responsabilidade do Metrô de São Paulo, a Linha 19-Celeste deve ter a operação e manutenção leiloada para a iniciativa privada no futuro, nos moldes da Linha 4-Amarela.

Estudos, no entanto, podem associá-la a algum outro ramal em operação pelo Metrô.