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ABIFER da mídia – Projeções otimistas

18.07.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: Revista Ferroviária
Data: 24/06/2024

Recentemente, as notícias que circularam no setor foram sobre aquisição de material rodante pelas operadoras MRS Logística e VLI, que, juntas, somam um total de R$ 1,2 bilhão de investimentos. Nos estudos de mercado apresentados pela Revista Ferroviária, nesta edição e, também, na passada, pode-se notar um crescimento nos números de locomotivas e vagões, mas, ainda assim, o cenário está muito longe de ser o ideal para que a indústria possa respirar aliviada.

De acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), em 2022 foram entregues 1.250 vagões e 54 máquinas de tração. No ano passado, o cenário continuou sem muitas perspectivas e manteve quase os mesmos resultados. Em alguns casos, a situação poderia até ser considerada empate técnico. O número passou para 1.271 vagões, 21 unidades a mais que 2022.

No caso das locomotivas, houve uma queda para 30 máquinas, 24 a menos. Para 2024, a previsão é de produção de 1.600 novos vagões e 45 locomotivas.

Uma das metas previstas no Plano Nacional de Logística (PNL 2035), de 2021, é que a malha ferroviária passe a responder por 40% do total do transporte de cargas até 2035. O presidente da Abifer, Vicente Abate, falou sobre a recuperação do setor, saindo da fase crítica de paralisação da indústria.

“Com este cenário desenrolando de forma um pouco melhor do que os últimos anos, estima-se uma projeção de cerca de quatro mil vagões e 80 locomotivas para 2025, o que viria a reafirmar esta crescente do setor. As concessionárias têm um papel importante para que este crescimento siga em alta. Estão apostando investimentos em revitalização e digitalização. Eu diria que temos um otimismo moderado com estes números, pois precisamos pensar que a situação fiscal do país é difícil, mas deve, sim, crescer moderadamente”, finaliza.

Operadoras investem

A VLI já conta com o reforço de 168 novos vagões graneleiros no transporte de cargas na Ferrovia Norte-Sul (FNS). Os vagões foram adquiridos no último ano junto à fabricante Greenbrier Maxion, em um negócio com investimento total de R$ 200 milhões, que envolve também três locomotivas para operação na região.

“A nova frota de vagões proporcionará o aumento da nossa capacidade de transporte e de atendimento aos produtores da região, ao mesmo passo em que seguimos com o foco constante em planejamento e excelência operacional, com o objetivo de somar ainda mais eficiência ao negócio dos nossos clientes”, afirma Alisson Ruas, gerente geral de operações do corredor norte da VLI.

Outra operadora que fez pedidos e contribuiu para a tranquilidade das fabricantes foi a MRS Logística. Só no primeiro bimestre deste ano, a empresa já adquiriu mais de R$ 1 bilhão em material rodante para renovação e crescimento da sua frota. O valor permitiu que chegassem à frota 560 vagões do tipo gôndola da Greenbrier Maxion, utilizados no fluxo de transporte da mineração e 30 novas locomotivas da série Evolution, da fabricante Wabtec Corporation.

“Nossas metas com essas aquisições são aumentar a performance da companhia e reduzir o consumo de combustível com menos emissões de gases, contribuindo ainda mais para a sustentabilidade. A redução de custos também é um resultado que impacta não só em questões financeiras da empresa, mas também no chamado ‘Custo Brasil’. Isso porque quanto mais a MRS for capaz de transportar, com menores custos e mais sustentabilidade, maior será a competitividade do nosso país no contexto internacional”, explica o diretor de relações institucionais da MRS, Gustavo Bambini.

Fabricante está confiante

A Wabtec Corporation acredita que o modal ferroviário vive um momento muito promissor de discussão de tecnologias e soluções de descarbonização. Para a empresa, “as concessionárias ferroviárias compartilham uma visão de futuro, enfatizando a descarbonização e a adoção de tecnologias avançadas para aumentar a eficiência energética, produtividade e segurança do transporte de cargas”.

A fabricante tem projeções otimistas para os próximos dois anos. E cita sua responsabilidade como provedora de tecnologia e inovação para o setor ferroviário, mas divide esta posição chamando a atenção para a união de esforços que deve acontecer, juntamente, com o trabalho do Ministério dos Transportes e do Ministério da Indústria e Comércio para que agilizem as renovações ainda pendentes, regulamentação da Portaria Verde, inclusão do setor ferroviário nas políticas públicas relacionadas à mobilidade e logística verde, planos de renovação de frota, entre outros fatores. “Nosso entendimento é que, se houver ambiente propício, as ferrovias e operadores certamente farão sua parte, transportando pessoas e mercadorias de forma mais eficiente, mais barata e mais sustentável”, afirma o presidente e líder regional da América Latina da Wabtec, Danilo Miyasato.

Expansões necessárias

Para o executivo, também é relevante mencionar os projetos de expansão das ferrovias como, por exemplo, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que se destaca como importante corredor para o escoamento de minério e grãos. Adicionalmente, a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), em construção pela Vale, será uma via estratégica para o país. Essas iniciativas têm potencial para transformar a capacidade de transporte do Brasil, impulsionar a indústria ferroviária e gerar empregos. Serão importantes indutores de novas tecnologias, especialmente aquelas voltadas à redução de carbono, segurança e cuidado com o meio ambiente.

Miyasato está confiante de que as autorizações se tornarão uma realidade e conta que a empresa seguirá investindo em inovações com foco em eficiência, produtividade, segurança e sustentabilidade das operações ferroviárias. “Vamos continuar fazendo o que fazemos sempre, aumentar a conexão com nossos clientes, dando suporte em seus maiores desafios buscando soluções viáveis para cada operação, considerando todas as suas variáveis específicas. Além disso, estamos diversificando nossos negócios na região, por exemplo, as aquisições da Nordco, Supermetal e L&M. Precisamos buscar sempre a estabilidade da demanda, evitar os vales e picos em prol da sustentabilidade da cadeia de fornecimento e regularidade do crescimento em longo prazo”, conclui.