12.05.2022 | Assessoria de Imprensa | Notícias do Mercado
Fonte: Santa Portal Data: 09/05/2022
O diretor de ferrovias e transportes urbanos da Egis e membro da ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Jorge Secall, apresentou o painel “Inovação e Sustentabilidade no Sistema de Transportes”, na tarde desta segunda-feira (9), no auditório do Bloco E da Unisanta.
Secall criticou o que ele classifica como “demagogia” ambiental algumas ideias discutidas na busca por soluções que beneficiem o meio ambiente. Ele citou a ferrovia abandonada na Serra do Mar como um desses exemplos de soluções que poderiam ser menos onerosas aos cofres públicos.
“A chamada serra nova tem uma faixa de domínio legalmente garantida na concessão, que está largada. Quando vamos fazer alguma coisa a respeito lá? As ideias estão aí, lançadas. Chega de falar, vamos fazer. Ao invés de novos ativos vamos pensar no que já está lá”, disse.
Para o diretor da Egis, falta vontade política para transformar ativos que já existem em soluções práticas para o futuro. “Temos que aproveitar o que a gente tem de maneira inteligente, só que os políticos não gostam muito disso. Não tenho nada contra os políticos, mas quero dizer que não é atrativo. Até o carimbo ecológico pode dar uma visibilidade maior. Precisamos pensar ‘fora da caixinha’. O patrimônio ambiental não tem o que falar, a tecnologia está lá à disposição. Podemos fazer como foi feito na Tamoios”, comentou.
Por fim, Secall sugeriu que, para avançar na questão da sustentabilidade e da descarbonização, seja criada uma lei que obrigue as empresas a demonstrarem que possuem condições de utilizar a energia elétrica.
“Defendo a certificação de origem energética. Se a gente encher o Brasil de carros elétricos, estamos deixando de soltar fumaça do ônibus para soltar na térmica. Por isso falo em hipocrisia. O que vai fazer mudar tudo é a energia limpa, mas não estamos maduros para isso. Essas coisas não vão estar prontas antes de 20 anos. Painel solar, por exemplo, é algo que só vai sair se as grandes corporações botarem a mão no bolso. Mas se isso não acontecer, como vamos viver até lá? O Brasil tem que ir nessa direção. Pensei num jeito: por que não pensamos em uma lei de responsabilidade energética? Temos que dizer de onde vai sair a energia. Se não voltamos com o mesmo erro que cometemos com o petróleo. Não posso fazer um projeto se eu não disser de onde a energia vem”, concluiu.
Seminário Brasil-França
O Seminário Brasil-França ocorre nesta segunda-feira e terça (10), no auditório principal da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos.
O encontro reunirá especialistas brasileiros e franceses das principais universidades dos dois países que apresentarão pesquisas e estudos com as potencialidades e alternativas para a ligação entra a Capital e o maior porto da América Latina, bem como os caminhos para o transporte de carga nas próximas décadas e as questões de sustentabilidade envolvidas.
