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ABIFER na mídia – Indústria ferroviária estima crescer neste ano

04.04.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: Diário do Comércio
Data: 03/04/2024

A indústria ferroviária, segmento que movimenta algo entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões por ano, volta a dar sinais de crescimento. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), a produção de locomotivas deve crescer 50% neste ano em comparação com o ano passado. O crescimento também deve ser observado na fabricação de vagões, com incremento de 25,8% no período.

A projeção para este ano é que a produção de locomotivas passe de 30 unidades produzidas em 2023 para 45 neste ano; os vagões de 1.271 para 1.600, e os carros de passeio, de 136 para 264.

De acordo com o presidente da ABIFER, Vicente Abate, trata-se de um setor bastante cíclico e não muito regular. “O segmento chegou ao fundo do poço em 2019, com a produção de apenas mil vagões. Em 2020, o setor começou a apresentar uma reação, passando para 1.672, seguido por 1.800 em 2021. Ano passado, esse número voltou a cair, com 1.250 vagões produzidos. A área é muito instável, o que prejudica a indústria, uma vez que precisamos no preparar a todo momento”, afirmou.

Ainda assim, de acordo com Abate, as perspectivas são boas e são esperados negócios em torno de R$ 7 bilhões para o segmento em 2024. “Definimos no ano passado que 2024 seria um ano ponte para que em 2025 possamos chegar a uma produção estimada em torno de 3 mil vagões, contando com as renovações. Esperamos agora uma audiência da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)- que é o principal eixo de integração entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-oeste, que prevê grandes volumes de investimentos e a entrada da produção da Bahia Mineração (Bamin)”, explicou o dirigente.

No setor de locomotivas, que cada unidade traciona cerca de 100 vagões, deve haver um incremento frente ao ano anterior, saindo de 31 unidades para 45 neste ano. O pico produtivo foi em 2015, com 129 unidades. “A perspectiva é que sejam produzidos 274 carros de passageiros e seis veículos para o Aeromóvel de São Paulo, uma via elevada que vai levar os passageiros desde o terminal até o aeroporto, em cerca de seis minutos. As obras estão finalizadas em Guarulhos e, em maio, deverá começar a operação assistida”, afirmou

O dirigente ainda falou que a Abifer conta com a produção de 200 carros de passageiros por ano, nos próximos três anos, para exportação destinadas a Taipei (Taiwan), Bucareste (Romênia) e Santiago do Chile. No segmento de vagões, foram exportados 62 vagões para Guiné em 2023 e este ano deverão ser enviadas mais 62 unidades para o mesmo destino. “A indústria ferroviária e a Abifer continuam trabalhando para alcançar mais contratos e, de uma forma geral, há crescimento em determinados setores”, comemorou.

Ainda consta na programação da entidade uma licitação do Metrô de São Paulo, que prevê a aquisição de 44 trens (um total de 264 carros). “A licitação era para ter acontecido em março, mas foi adiada. A previsão é de expansão até 2026, e a perspectiva é de entrega das unidades de acordo com a demanda, e estamos trabalhando junto ao governo. Nossa meta é que o setor ferroviário trabalhe com inovação tecnológica visando a transição energética para, em breve, utilizarmos baterias elétricas e células de hidrogênio. A Wabtec Corporation e a Progress Rail estão trabalhando para trazer e implantar essa tecnologia no País”, salientou.

Vicente Abate vislumbra o futuro com a utilização dessas novas tecnologias e afirma que a nova fonte de tração será a célula de hidrogênio. “Enquanto isso não acontece, nossas locomotivas ainda trabalham com diesel até começar a transição para baterias elétricas e células de hidrogênio. Além disso, queremos reduzir o peso do vagão para aumentar o volume de cargas”, projetou.

Outra aposta da entidade é o Plano Nacional de Ferrovias. Os projetos ferroviários foram elencados como prioridade pelo governo federal e contam com um investimento previsto de R$ 94,2 bilhões até 2026. A medida é uma forma de fomentar a ampliação do modal no País. “O projeto levará o setor a novos patamares, aliados a isso ainda temos a expectativa com os leilões da Transnordestina e da Ferrogrão que terão mais de 900 quilômetros de extensão e um valor estimado de aportes da ordem de R$ 12 bilhões. Com todos esses projetos, nós, da Abifer, esperamos que a participação ferroviária passe de 20% para 40% até 2035”, projetou o dirigente.