31.07.2020 | ABIFER | Notícias do Mercado
Ministro prevê “avalanche de dinheiro privado” na economia
Na tentativa de trazer investimentos estrangeiros, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, destacou ontem que serão realizados cem leilões somente em sua pasta até o fim do mandato do governo do presidente Jair Bolsonaro. A intenção é atrair investidores estrangeiros com oportunidades consideradas bem estruturadas e com sustentabilidade ambiental.
“Temos o maior programa de concessão do mundo e trará uma avalanche de dinheiro privado na economia. Estou falando em revolução em termos de infraestrutura. Tenho certeza de que o investidor vai entrar porque o Brasil que tem histórico de respeito ao contrato”, disse Freitas, acrescentando que isso está claro ao longo da pandemia de covid-19. “Não rompemos, não rasgamos os contratos.”
No webinar Invest in Brasil Infrastructure, um seminário internacional on-line sobre oportunidades de atração de investimentos para o setor de infraestrutura no Brasil, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o ministro afirmou que 34 projetos de infraestrutura já estão em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que envolvem investimentos de quase R$ 60 bilhões, e outros 12 serão encaminhados até o fim do ano e necessitam de R$ 49 bilhões.
A expectativa dele é que até o fim do ano sejam publicados 44 editais de novos leilões. Deste total, 14 devem acontecer neste ano – casos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste na Bahia; leilão das BR-153 (Goiás-Tocantins) e BR-163 (Pará). Outros 30 leilões devem ser realizados no primeiro trimestre do ano que vem, dentre eles o dos blocos de aeroportos e da Nova Dutra. “A gente continua firme na nossa meta de contratar R$ 250 bilhões de investimento só aqui no Ministério de Infraestrutura”, disse.
Segundo ele, as ferrovias no país serão construídas a partir do processo de renovação de concessões e depois repassadas à iniciativa privada por meio de leilão. “É forma inteligente de fazer ferrovias respeitando os pilares fiscais.” No caso de desestatização de portos, o de Vitória terá consulta pública aberta em outubro, enquanto o de Santos já teve iniciada a reestruturação. Também será aberta consulta pública para oito lotes de rodovias no Paraná.
O ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que também participou do evento, destacou que, há uma liquidez muito grande no mercado e preocupação para que essa liquidez seja investida onde há previsibilidade, segurança jurídica, respeito a contratos, desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e meio ambiente. “Infraestrutura verde é isso que estamos oferecendo”, afirmou.
Ele citou como oportunidades de investimentos o setor de saneamento devido à aprovação do marco regulatório do setor, assim como em projetos de revitalização de bacias hidrográficas. Marinho destacou que estuda modificação nos fundos de desenvolvimento regional para transformá-los em patrocinadores de estruturadores de projetos e que negocia com a Climate Bonds Initiative (CBI) – organização internacional sem fins lucrativos que avalia projetos sustentáveis – para que toda carteira de investimento do ministério seja certificada em relação à questão ambiental, o que permite a emissão de “green bonds”.
Fonte: Valor
Data: 29/07/2020