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Artigo – Ministro Tarcísio, temos que evitar um gargalo ferroviário no Porto!

02.02.2021 | | Notícias do Mercado

Se não houver investimento na conexão da linha férrea interna do Porto e ramais que descem a Serra, a capacidade de movimentação de cargas ficará limitada para absorver a expansão da economia nos próximos anos

Rosana Valle*

 

Nesta segunda-feira, dia 1º de fevereiro, estarei em  Brasília cedo e minha primeira providência será agendar    uma reunião com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para evitar que a rede ferroviária interna do Porto de Santos se transforme num gargalo para os próximos 20 anos, impedindo um aumento previsto de mais de 130% na movimentação de cargas, o que prejudicará a geração de empregos e renda para a região e para o Brasil.

Isso porque, se não houver um investimento na conexão da linha férrea interna do Porto com os ramais ferroviários que descem a Serra, chamados Paulista e Cremalheira – que ligam o Planalto com as duas margens do Cais -, a capacidade de movimentação de trens com cargas que chegam de todo o País, ficará limitada para absorver a expansão da economia nacional nos próximos anos.

Esta conexão tem o nome popular de Ferradura (em forma de U) e está concedida à MRS Logística. Na Serra, a malha Paulista é operada pela Rumo, e a Cremalheira, pela MRS. A oportunidade para resolver este risco logístico e econômico surge agora que a Santos Port Authority (SPA), antiga Docas, abriu uma consulta pública para a gestão, operação, manutenção e expansão da Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS), operada pela Portofer, cuja concessão vence em 2025 e não será prorrogada.

É o momento do Governo Federal, poder concedente das ferrovias brasileiras, por meio do Ministério da Infraestrutura, forçar este investimento crucial para o futuro do Porto.

O Ministério da Infraestrutura, via Secretaria Nacional dos Portos, pode manter a concessão da Ferradura com a MRS, com a condição de que a concessionária faça os investimentos necessários na conexão ferroviária e também na drenagem em seu trecho na entrada de Santos. Ou pode transferir a responsabilidade de toda a linha interna para a SPA, cuja gestão se daria por meio de uma sociedade de propósito específico, a ser constituída, para operar o trecho quando da saída regimental da Portofer.

Por isso, faço questão de trazer para esta reunião todos os interessados, como a Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP); o  Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) e  a Prefeitura de Santos, que já manifestaram sua preocupação quanto ao risco deste gargalo.

A ABTP, o Sopesp e a Prefeitura de Santos querem  garantir os investimentos necessários à adequação da ferrovia, aproveitando e respeitando os investimentos já em andamento da Portofer. Convidarei, também, a Prefeitura de Guarujá e todos os segmentos interessados no maior Porto da América do Sul e vital para a economia do Brasil. Não podemos colocar em risco o futuro do País.

 

*Rosana Valle é deputada federal (PSB/SP), jornalista e escritora. Foi repórter da TV Tribuna por 25 anos e por 18 apresentadora e editora do programa Rota do Sol. Já fez reportagens em mais de 30 países e é autora de dois livros sobre o turismo regional e internacional. Rosana iniciou seu mandato em 2019 e é membro titular das Comissões de Viação e Transportes e Direito das Mulheres.

 

Fonte: A Tribuna

Data: 31/01/2021