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CLI conclui aquisição de terminais da Rumo no porto de Santos

17.11.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 14/11/2022

Embalada pela compra de dois terminais no porto de Santos que eram da Rumo, a CLI (Corredor Logística e Infraestrutura), controlada pela gestora IG4 Capital e pela australiana Macquarie Asset Management, se prepara para mudar de patamar em 2023, também impulsionada pelo aumento da movimentação no porto de Itaqui, onde é uma das sócias do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram).

A conclusão do negócio em Santos com a Rumo foi nesta segunda-feira. Já com o suporte de um aumento de capital de R$ 500 milhões totalmente subscrito pelo fundo Macquarie Infrastructure Partners V (MIP V), em operação que selou a entrada da múlti australiana como sócia, a CLI assumiu 80% dos terminais T16 e T19 — que, na verdade, são integrados e tratados como um só —, por R$ 1,4 bilhão. A Rumo ficou com os 20% restantes na operação, que tem capacidade total para 16 milhões de toneladas por ano, divididas em partes iguais entre grãos e açúcar.

Com o aumento de capital, a Macquarie, uma das maiores investidoras globais em infraestrutura, com carteira de quase US$ 800 bilhões, assumiu 50% da CLI. No porto de Santos, deverão ser movimentadas 7,5 milhões de toneladas de açúcar e 4,2 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) em 2022, e em Itaqui o volume deverá chegar a 4 milhões de toneladas de grãos, ante 2,8 milhões em 2021, quando o fluxo foi prejudicado pela quebra da segunda safra de milho — em Itaqui como um todo, as exportações de grãos tendem a somar 13 milhões de toneladas este ano.

“Com a perspectiva de colheitas recorde de soja e milho nesta safra 2022/23, o cenário para as operações em Santos e em Itaqui no ano que vem é muito favorável”, afirmou Helcio Tokeshi, diretor e sócio da IG4, ao Valor. “É a comprovação dos resultados positivos que podem ser gerados pelo nosso modelo de terminal bandeira branca”, disse. Nesse modelo de negócios, a empresa trabalha com todas as tradings interessadas, e o que determina o sucesso da parceria são os serviços oferecidos e eficiência da operação.

Em Itaqui, complementou Marcos Pepe Bertoni, diretor de operações da CLI, recentemente foram renovados contratos com tradings por períodos entre dois e três anos, e a expectativa, sem quebras de safras, é de forte aumento nos volumes de soja e milho exportados. Daí porque a empresa e suas sócias no Tegram — Glencore, Terminal Corredor Norte (ligada à trading NovaAgri) e ALZ Terminais Portuários (controlada por Amaggi, Louis Dreyfus Company e Zen-Noh Grain) — continuam planejando iniciar a “fase 3” de expansão do terminal, para ampliar a capacidade estática de armazenamento de 500 mil para 900 mil toneladas.

Para essa terceira fase, lembra Pepe, os investimentos estimados serão de entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. Do ponto de vista da CLI, há “folga” financeira para arcar com sua parte dos investimentos previstos, uma vez que o investimento feito em Santos proporcionou a entrada de um ativo grande na estrutura, sem dívidas, o que reduziu a alavancagem da companhia.