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CNT completa 70 anos impulsionando o setor de transporte no Brasil

01.02.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 29/01/2024

A existência de um setor de transporte eficiente é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico de um país. No Brasil, o quinto maior país do mundo com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, esse setor assume papel ainda mais crucial.

Para citar alguns dados, em 2021, o Brasil possuía uma malha rodoviária de 1,7 milhão de quilômetros e cerca de 110 mil veículos registrados; pelas ferrovias foram transportadas aproximadamente 500 milhões de toneladas úteis de cargas; nas instalações portuárias foram movimentadas 1,2 bilhão de toneladas de cargas; e quase 600 mil voos transportaram 67 milhões de passageiros pagos em viagens domésticas e internacionais.

Esses números revelam a grandeza da atividade transportadora no país e foram compilados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A instituição, que reúne 28 federações, cinco sindicatos nacionais e 22 entidades associadas, defende o interesse de mais de 165 mil empresas que geram 2,6 milhões de empregos. Criada em 1954, a CNT completa 70 anos neste mês de janeiro com um histórico de muitas conquistas para os transportadores.

A entidade integra o Sistema Transporte, que, na sua composição, também conta com o Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT) e o Instituto de Transporte e Logística (ITL). Essas duas últimas são voltadas ao desenvolvimento da atividade transportadora, por meio da educação, formação de lideranças e promoção da qualidade de vida.

O presidente da CNT, Vander Costa, destaca que o crescimento econômico depende essencialmente do fortalecimento do transporte, sendo um elemento primordial para expandir a capacidade produtiva.

“Quanto mais uma nação produz, maior é a sua interface com o transporte e a logística. Pessoas precisam se locomover e produtos precisam ser entregues dentro e fora do território nacional. Ao comemorar 70 anos, a CNT reafirma o seu compromisso de ajudar o país a crescer de forma sustentável e a criar empregos”, afirmou.

Ao longo do tempo, a Confederação consolidou o seu trabalho com ações voltadas tanto para o segmento de cargas quanto para o de passageiros em todos os modais: rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário. Um dos pontos fortes de sua articulação é a defesa do transporte junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Como interlocutora das demandas do setor, a CNT tem pautado discussões em torno de grandes temas nacionais que impactam diretamente o desenvolvimento do país, com destaque para as reformas tributária, trabalhista e da Previdência.

Apesar da aprovação dessas reformas estruturantes, segundo Vander Costa, é preciso atenção constante no Congresso. Atualmente, há um princípio de discussão a respeito de uma eventual contrarreforma trabalhista, e a CNT está a postos para agir.

“A CNT está unida às outras confederações de empregadores para barrar essas tentativas [de contrarreforma], mas é um ponto, sim, de atenção, principalmente, com relação às normas infralegais, que podem ser alteradas por decreto. Se isso acontecer, é o caso de recorrer ao Congresso e buscar proposta de decreto legislativo para derrubar aquilo que não tenha, como objetivo, o benefício da sociedade brasileira”, explicou.

Pesquisas ajudam a subsidiar ações do governo

Para assegurar os interesses e os avanços do setor transportador, a Confederação também está presente em órgãos de jurisdição consultivos e deliberativos no Brasil e no mundo. Neles, a entidade contribui com decisões e com a formulação de diretrizes. Além disso, a CNT desenvolve e publica estudos, pesquisas e análises temáticas com o intuito de subsidiar as políticas públicas, as ações e os planos de governo necessários para elevar a eficiência do transporte e a competitividade no cenário mundial. A Pesquisa CNT de Rodovias, por exemplo, é hoje o maior e mais completo estudo sobre a infraestrutura rodoviária do país e auxilia transportadores e entes públicos na tomada de decisões. Em 2023, o levantamento analisou as condições de 111.502 km de rodovias.

“Quando o ministro [dos Transportes, Renan Filho,] nos perguntou o que deveria ser feito para melhorar a infraestrutura no ano que vem, apontamos para a publicação, que traz uma relação das intervenções prioritárias, destacando os pontos críticos. Estão lá os pontos que resultam em mais acidentes e mortes”, disse Vander Costa.

Sustentabilidade em pauta

O SEST SENAT e a CNT são responsáveis pelo maior programa ambiental da iniciativa privada do Brasil: o Despoluir. O projeto incentiva os transportadores a adotarem práticas ambientalmente responsáveis que reduzem custos, aumentam a eficiência operacional e, principalmente, melhoram as condições de saúde e a qualidade de vida dos profissionais da área.

Uma das ações de maior destaque do programa é a Avaliação Veicular Ambiental. Por todo o país, equipes especializadas realizam testes em caminhões e ônibus quanto aos níveis de emissão de poluentes e consumo de diesel. Os veículos aprovados recebem o Selo Despoluir e os que não são aprovados são orientados pelos técnicos sobre a manutenção. Desde sua criação, em 2007, o projeto já realizou mais de 4,3 milhões de avaliações.

Durante a pandemia, a entidade trabalhou para a adoção de medidas que garantissem a continuidade das operações de transporte com segurança. Entre as ações propostas e defendidas pela CNT, estavam a inclusão do transporte de cargas e de passageiros como atividade essencial pelo governo federal, medidas emergenciais para a aviação, ampliação de crédito pelo BNDES para micro, pequenas e médias empresas bem como a suspensão temporária, pelo BNDES, dos pagamentos de empréstimos pelas empresas. Em apoio aos trabalhadores, o SEST SENAT fez grandes mobilizações para levar orientações sobre cuidados preventivos, montando mais de 400 pontos em todo o país e atendendo cerca de 80 mil pessoas. Além disso, intensificou seus serviços na modalidade online.

Os 70 anos da CNT, para além dos balanços e lembranças, apontam para um futuro com muito trabalho. A entidade está atenta aos desafios das próximas décadas, principalmente em relação às novas tecnologias e às preocupações ambientais. Recentemente, a Confederação participou da COP28 e lançou publicações sobre hidrogênio renovável e outras fontes alternativas de energia. No âmbito da inovação, o Instituto de Transporte e Logística (ITL), criado em 2013, funciona como o braço acadêmico do Sistema Transporte e oferece programas de formação de lideranças centrados nas melhores práticas de gestão do mundo dos negócios.

Para Clésio Andrade, presidente da entidade de 1993 a 2019, os 70 anos da CNT representam um legado de luta pela melhoria contínua do transporte no Brasil, com impacto relevante no desenvolvimento do país.

“Olhando para o futuro, esperamos que a CNT continue desempenhando um papel central na evolução do setor transportador. O momento exige atenção às novas demandas do setor produtivo e da sociedade, com incorporação de inovações tecnológicas, além de compromisso com o meio ambiente. As próximas décadas serão desafiadoras e a CNT que começamos hoje está preparada para contribuir na construção de um sistema de transporte mais integrado, moderno e competitivo”, concluiu.