06.06.2024 | ABIFER | Notícias do Mercado
A concessionária responsável pelo metrô de Belo Horizonte solicitou ao governo de Minas Gerais alterações no projeto de construção da linha 2. Em vez da implementação de linha dupla, a empresa propôs a execução de uma “via singela” entre as duas últimas estações, Ferrugem e Barreiro, isto é, uma única linha férrea onde os trens transitariam nos dois sentidos.
“Da ligação da Linha 1 com a Linha 2, na Estação Nova Suíça, até a Estação Ferrugem, o desenvolvimento da Linha 2 se dará em via dupla […]. Já a partir da Estação Ferrugem em direção à Estação Barreiro, está sendo considerada e proposta sua implantação em via singela, onde se compartilha a mesma via para deslocamento das composições nos dois sentidos”, diz um trecho de documento enviado pela concessionária ao estado, ao qual a TV Globo teve acesso.
Atualmente, o metrô de Belo Horizonte tem apenas uma linha, com 19 estações e cerca de 28 km de extensão.
Além da ampliação da linha 1, com a criação da estação Novo Eldorado, o contrato de concessão prevê a construção da linha 2, com cerca de 10,5 km e sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro, conforme a proposta atual.
Segundo o documento, o plano de alteração foi apresentado porque a MRS, empresa de logística dona do pátio de manobras onde será construída a Estação Barreiro, cederá apenas uma linha para a implantação do metrô.
“No caso de implantação de mais uma via, caberia ao Metrô BH avançar em desapropriações maiores do que o previsto no contrato de concessão”, diz outro trecho.
A distância prevista entre as estações Barreiro e Ferrugem é de aproximadamente 1,7 km, e o tempo de circulação estimado entre elas, de cerca de 2,5 minutos.
O estudo com a proposta da concessionária foi encaminhado para o governo de Minas. Caso o projeto seja aprovado, a obra de construção da linha 2 vai ficar mais barata.
O contrato de concessão previa que a empresa receberia R$ 3,2 bilhões de recursos públicos para as intervenções, sendo R$ 2,8 bilhões do governo federal e R$ 440 milhões do estado.
Em nota, a concessionária Metrô BH afirmou que “a via singela se configura como a solução mais adequada, já que fornece harmonia com a atual operação da MRS, que possui um pátio de manobra em funcionamento no local”.
A Seinfra declarou que avalia a proposta e também “solicitou uma avaliação independente do projeto”.
“É preciso frisar que os estudos irão considerar que não poderá haver qualquer impacto na prestação do serviço, devendo-se respeitar os níveis previstos em contrato. Também vale informar que, caso a proposta seja viabilizada, a concessionária não lucrará com a solução, e o Estado será desonerado em valor a ser definido”, disse a pasta.
