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Concretagem nas obras da Linha 2-Verde utiliza técnica de resfriamento com nitrogênio

17.11.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Metrô CPTM
Data: 15/11/2022

A cena acima, com funcionários envoltos por uma nuvem gerada por um caminhão betoneira, parece surreal e certamente seria associada a algum imprevisto. Mas o que vemos é o uso de uma nova técnica de concretagem de grandes estruturas e que foi aplicada às obras da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo.

O procedimento envolve o uso de gelo e de nitrogênio no que foi chamado de “concreto híbrido” pelos participantes do trabalho, ocorrido nos últimos dias no VSE Cestari, localizado entre as estações Santa Clara e Anália Franco.

Como é possível supor, o nitrogênio líquido é conhecido por atingir temperaturas baixíssimas, de até 196ºC negativos. Por isso tem sido considerado ideal para resfriar o concreto e evitar trincas e fissuras, mais comuns quando envolvem grandes peças como as lajes de fundo de estações e poços de ventilação.

Segundo especialistas, é comum utilizar apenas o gelo nesse tipo de concretagem de grande volume, mas ele acaba inserindo água na mistura do concreto, ao contrário do nitrogênio, que evapora, daí o surgimento da “nuvem” durante a atividade.

No caso da concretagem do VSE Cestari, foi usada uma técnica mista, possivelmente por conta do custo elevado do nitrogênio, uma técnica que ainda não é tão difundida na engenharia civil no Brasil. O trabalho foi feito pelas empresas Valebeton e Air Liquide, contratadas pelo Consórcio Metrô Linha 2 (CML2).

Mas por que resfriar o concreto é importante? Trata-se de uma questão isotérmica. O cimento, ao ser misturado à água, libera calor, que pode ultrapassar os 75ºC quando há um grande volume de concreto. Esse fenômeno aumenta a chance de fissuras durante o endurecimento, prejudicando a qualidade e segurança do processo.

As obras da Linha 2-Verde têm envolvido grandes volumes de concreto, incluindos algumas operações que bateram recordes de volume utilizado, como ocorreu na futura estação Vila Formosa. Lá a laje de fundo consumiu nada menos que 4.500 m³ de concreto, manuseados em apenas 29 horas.