09.03.2021 | ABIFER | Notícias do Mercado
De acordo com governador, secretaria dos Transportes Metropolitanos avalia com prefeitos possibilidades de novas medidas para reduzir excesso de lotação
Depois de um ano de pandemia, o governo do Estado de São Paulo ainda não sabe ao certo o que pode ser feito para reduzir o excesso de lotação de ônibus, trens e metrô, em especial nos horários de pico, para evitar as aglomerações e o risco maior de contágio pela covid-19.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 08 de março de 2021, ao ser questionado sobre o tema, o governador João Doria admitiu a complexidade do problema; disse que não é um tema simples de ser resolvido e que numa “canetada” não é possível encontrar uma solução.
“Quero lembrar também que os ônibus não representam responsabilidade direta do Governo do Estado de São Paulo, representam uma responsabilidade dos municípios da Grande São Paulo e o mesmo em relação a todos os municípios onde os sistemas de ônibus funcionam. E essa circunstancia não se aplica somente aos trilhos, também aos pneus. Portanto não é um tema simples de ser resolvido e nem um tema que em uma canetada se encontre solução.” – disse Doria
O governador não apresentou um plano efetivo para esta redução da lotação excessiva, mas disse que o secretário dos transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, conversa com prefeitos das cidades da Grande São Paulo para tentar encontrar medidas complementares já que, segundo Doria, o problema não ocorre apenas por causas operações dos trens do Metrô e da CPTM, mas há também os sistemas municipais de ônibus.
“O nosso secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, está estudando juntamente com a Prefeitura da capital de São Paulo e com as cidades que compõem a Região Metropolitana, sob a coordenação do secretário Marco Vinholi, se há algo adicionalmente que possa ser feito. O que não podemos é coibir o acesso ao transporte público. São pessoas simples que utilizam; pessoas que não podem usar um automóvel, um aplicativo ou um taxi e precisam usar os ônibus, metrô e trem.”
Doria ainda relatou que no exterior, o desafio é o mesmo.
“Repito se fosse uma solução simples isto teria sido resolvido em Nova Iorque, em Londres, em Madrid, em Barcelona, onde também o tema do transporte foi complexo e não houve uma solução definitiva que pudesse ser orientada como padrão de referencia para outras grandes metrópoles ou grandes núcleos de super aglomeração urbana.”
Já não é a primeira vez que Doria e sua equipe têm sido interpelados pela imprensa, inclusive pelo Diário do Transporte, sobre como gerir a oferta e demanda de ônibus metropolitanos (EMTU), e dos sistemas de trilhos: CPTM e Metrô.
Nesta segunda-feira (08), primeiro dia útil do retorno à fase vermelha em todo o Estado de São Paulo, trens, metrôs e ônibus lotaram novamente, mesmo com as regras mais restritivas de funcionamento do comércio.
O Diário do Transporte mostrou que na última sexta-feira, 05 de março de 2021, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, garantiu que os ônibus gerenciados pela EMTU (Empesa Metropolitana de Transportes Urbanos), os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), do Metrô e do monotrilho vão operar com a totalidade da frota disponível nos horários de pico durante a fase vermelha do Plano São Paulo, que vai até 19 de março.
Entretanto, poderá haver ajustes na oferta conforme a demanda.
ESCALONAMENTO DO PICO:
Quando a fase vermelha for suspensa, com a Grande São Paulo possivelmente voltando para a fase laranja e posteriormente para a amarela, a lotação deve aumentar e este deve ser o problema de novo.
Sistemas de ônibus, trens e metrôs foram projetados para atender a um grande público de uma só vez.
Em média, a ocupação habitual utilizada nos principais sistemas de transportes, inclusive em países com maior nível de desenvolvimento, varia entre quatro e seis pessoas por metro quadrado em ônibus, trens e metrô.
Esta ocupação para a qual os sistemas de transportes públicos são desenhados torna impossível o distanciamento entre 1,5 m e 2 m entre as pessoas recomendadas pelas autoridades de saúde.
Assim, Baldy diz que poderia haver um maior resultado sobre a lotação se fosse realizado um escalonamento de entrada e saída de trabalhadores de diferentes setores, isso porque o maior problema mesmo é o horário de pico.
Fonte: Diário do Transporte
Data: 08/03/2021