Av. Paulista, 1313 - 9º Andar - Conjunto 912 (11) 3289-1667 [email protected]
pt-bren

Doria sobre transportes na pandemia: ‘Não é um tema simples de ser resolvido e que numa canetada se encontre uma solução’

09.03.2021 | | Notícias do Mercado

De acordo com governador, secretaria dos Transportes Metropolitanos avalia com prefeitos possibilidades de novas medidas para reduzir excesso de lotação

 

Doria em coletiva nesta segunda (08)

Depois de um ano de pandemia, o governo do Estado de São Paulo ainda não sabe ao certo o que pode ser feito para reduzir o excesso de lotação de ônibus, trens e metrô, em especial nos horários de pico, para evitar as aglomerações e o risco maior de contágio pela covid-19.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 08 de março de 2021, ao ser questionado sobre o tema, o governador João Doria admitiu a complexidade do problema; disse que não é um tema simples de ser resolvido e que numa “canetada” não é possível encontrar uma solução.

“Quero lembrar também que os ônibus não representam responsabilidade direta do Governo do Estado de São Paulo, representam uma responsabilidade dos municípios da Grande São Paulo e o mesmo em relação a todos os municípios onde os sistemas de ônibus funcionam. E essa circunstancia não se aplica somente aos trilhos, também aos pneus. Portanto não é um tema simples de ser resolvido e nem um tema que em uma canetada se encontre solução.” – disse Doria

O governador não apresentou um plano efetivo para esta redução da lotação excessiva, mas disse que o secretário dos transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, conversa com prefeitos das cidades da Grande São Paulo para tentar encontrar medidas complementares já que, segundo Doria, o problema não ocorre apenas por causas operações dos trens do Metrô e da CPTM, mas há também os sistemas municipais de ônibus.

“O nosso secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, está estudando juntamente com a Prefeitura da capital de São Paulo e com as cidades que compõem a Região Metropolitana, sob a coordenação do secretário Marco Vinholi, se há algo adicionalmente que possa ser feito. O que não podemos é coibir o acesso ao transporte público. São pessoas simples que utilizam; pessoas que não podem usar um automóvel, um aplicativo ou um taxi e precisam usar os ônibus, metrô e trem.”

Doria ainda relatou que no exterior, o desafio é o mesmo.

“Repito se fosse uma solução simples isto teria sido resolvido em Nova Iorque, em Londres, em Madrid, em Barcelona, onde também o tema do transporte foi complexo e não houve uma solução definitiva que pudesse ser orientada como padrão de referencia para outras grandes metrópoles ou grandes núcleos de super aglomeração urbana.”

Já não é a primeira vez que Doria e sua equipe têm sido interpelados pela imprensa, inclusive pelo Diário do Transporte, sobre como gerir a oferta e demanda de ônibus metropolitanos (EMTU), e dos sistemas de trilhos: CPTM e Metrô.

Nesta segunda-feira (08), primeiro dia útil do retorno à fase vermelha em todo o Estado de São Paulo, trens, metrôs e ônibus lotaram novamente, mesmo com as regras mais restritivas de funcionamento do comércio.

Diário do Transporte mostrou que na última sexta-feira, 05 de março de 2021, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, garantiu que os ônibus gerenciados pela EMTU (Empesa Metropolitana de Transportes Urbanos), os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), do Metrô e do monotrilho vão operar com a totalidade da frota disponível nos horários de pico durante a fase vermelha do Plano São Paulo, que vai até 19 de março.

Entretanto, poderá haver ajustes na oferta conforme a demanda.

Relembre.

ESCALONAMENTO DO PICO:

Quando a fase vermelha for suspensa, com a Grande São Paulo possivelmente voltando para a fase laranja e posteriormente para a amarela, a lotação deve aumentar e este deve ser o problema de novo.

Sistemas de ônibus, trens e metrôs foram projetados para atender a um grande público de uma só vez.

Em média, a ocupação habitual utilizada nos principais sistemas de transportes, inclusive em países com maior nível de desenvolvimento, varia entre quatro e seis pessoas por metro quadrado em ônibus, trens e metrô.

Esta ocupação para a qual os sistemas de transportes públicos são desenhados torna impossível o distanciamento entre 1,5 m e 2 m entre as pessoas recomendadas pelas autoridades de saúde.

Assim, Baldy diz que poderia haver um maior resultado sobre a lotação se fosse realizado um escalonamento de entrada e saída de trabalhadores de diferentes setores, isso porque o maior problema mesmo é o horário de pico.

 

Fonte: Diário do Transporte

Data: 08/03/2021