Av. Paulista, 1313 - 9º Andar - Conjunto 912 (11) 3289-1667 [email protected]
pt-bren

Opinião – Hidrogênio verde, a futura estrela da transição energética

29.06.2023 | | ABIFER News

Por Vicente Abate, presidente da ABIFER.

Toda e qualquer forma de energia renovável, limpa, é muito bem-vinda, para minimizar os efeitos das mudanças climáticas que afetarão o meio ambiente no planeta. Outras medidas, fortemente mitigadoras, precisam também ser tomadas para atingir esta finalidade.

Segundo a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, a matriz elétrica brasileira é 84% renovável, colocando o Brasil numa situação privilegiada no cenário mundial. O País conta com uma matriz energética favorável, sendo considerado um celeiro de inovações tecnológicas nesta área. Desde a tradicional energia elétrica proveniente de hidrelétricas, passando pelas eólica, solar, biomassa e a bateria.

O próximo estágio é chegarmos ao desenvolvimento do hidrogênio verde (emissão zero de gases) e do hidrogênio azul (baixa emissão, da ordem de 1 a 3 kg de CO2/kg de H2 produzido), classificações contidas nos estudos da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias) e, assim, caminharmos para uma economia de baixo carbono, de excelência. Uma eficaz descarbonização substituirá, em futuro breve, os combustíveis fósseis emissores de gases de efeito estufa, nocivos ao meio ambiente.

A nova ordem mundial, objetivando limitar o aquecimento de nosso planeta em 1,5 graus celsius até 2050, requer o desenvolvimento de tecnologias disruptivas, onde se encaixa o hidrogênio, que pode ser obtido através da eletrólise da água (hidrogênio verde) ou pelo gás natural (hidrogênio azul).

Fundos internacionais de investimentos e governos de diversos países estão aportando bilhões de dólares para o desenvolvimento do hidrogênio. Ainda assim, o caminho será árduo, face aos ainda elevados custos de produção e às dificuldades para o seu transporte devido à necessidade de liquefazê-lo, exigindo um resfriamento a baixíssima temperatura. O que enseja que ele seja consumido no local de produção.

O Brasil já possui instalações apropriadas para a produção de hidrogênio, como Porto de Pecém (Ceará), de Suape (Pernambuco) e do Açu (Rio de Janeiro), além de uma possível instalação no Porto de Santos (São Paulo). Uma planta de eletrólise já está sendo construída no Nordeste para a produção de amônia verde.

A indústria ferroviária internacional já utiliza o hidrogênio para tração de Trens Regionais na França, de VLT – Veículo Leve sobre Trilhos na Coreia do Sul e de locomotivas de linha nos EUA. Esta tecnologia virá para o Brasil, transferida pelas matrizes das empresas associadas da ABIFER.

Outra tecnologia disruptiva foi desenvolvida por técnicos brasileiros no projeto e fabricação de locomotiva de manobra 100% a bateria, em 2020, ora sendo exportada para os EUA.

Inovação Tecnológica é a palavra de ordem para a estratégica Indústria Ferroviária Brasileira.

Fonte: Revista Sobretrilhos – em publicação