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Opinião – Modal ferroviário é aposta promissora (editorial)

17.04.2024 | | ABIFER News

Fonte: Correio do Povo
Data: 08/04/2024

O Brasil tem uma logística que precisa melhorar muito para que a produção nacional possa chegar a outros países com o melhor custo-benefício possível. Isso envolve muitas demandas, como agregar valor aos produtos por meio do desenvolvimento de novas tecnologias, resolver o sério problema da armazenagem e, também, equacionar a questão do transporte, que envolve ampliar e integrar os diversos modais existentes, como o aeroportuário, o hidroviário, o rodoviário e, principalmente, o ferroviário. Neste último ponto, o país, com uma rede de 30 mil quilômetros, tem uma insuficiência que fica evidente quando fazemos algumas comparações, como com os Estados Unidos e Argentina, que possuem redes de 225 mil quilômetros e 35 mil quilômetros, respectivamente.

Nas últimas décadas, diferentes governos foram dando menos importância para as ferrovias, com uma ênfase na indústria automotiva, priorizando os deslocamentos de cargas por meio de caminhões. O resultado foi uma elevação do frete, a par de um aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera. Por conta disso, o que se viu foi uma perda de competitividade num mercado global bastante acirrado. Num país de dimensões continentais, torna-se caro exportar e isso acaba fazendo com que muitas outras nações deixem de entabular negociações bilaterais em função de preços finais elevados.

Diante desse cenário, investir na malha ferroviária mostra-se como algo estratégico para a economia nacional. É por isso que vem em boa hora o anúncio de que o governo federal está empenhado em concluir as obras da Ferrovia Transnordestina, que, com 1.206 quilômetros, ligará o sertão do Piauí ao porto de Pecém, no Ceará, cruzando por 53 cidades. O trajeto já tem 61% construído e deverá estar finalizado até 2027. Cabe ressaltar que, além do significado econômico, construir ferrovias pode ter também o efeito colateral de salvar vidas, pois, atualmente, as estradas brasileiras estão com um número de acidentes que não pode jamais ser normalizado.